A taxa de desocupação alcançou 7,8% com alta de 0,3 ponto percentual. O dado, apurado pela da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE, mostra que no encerramento do trimestre em fevereiro de 2024 no comparativo com o trimestre fechado em novembro de 2023. Mesmo com a alta, a taxa ainda ficou abaixo da registrada no mesmo trimestre móvel do ano passado (encerrado em fevereiro de 2023), que estava em 8,6%.
Para a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, o aumento da taxa de desocupação está associado ao retorno de pessoas a sua busca por trabalho. O número de pessoas em busca de trabalho chegou a 8,5 milhões de pessoas, com alta de 4,1% na comparação trimestral, o que equivale a mais 332 mil pessoas buscando uma ocupação. Foi o primeiro aumento desse contingente desde o trimestre móvel encerrado em abril de 2023. Mesmo crescendo, o número de desocupados ainda ficou 7,5% abaixo do que fora registrado no mesmo trimestre móvel de 2023 (9,2 milhões de pessoas).
A alta na taxa de desocupação se deveu especificamente ao aumento da procura por trabalho, porque o número de pessoas que estavam trabalhando no país se manteve nos 100,2 milhões, sem apresentar variação estatisticamente significativa na comparação trimestral. Além disso, essa população ocupada está 2,2% acima do contingente registrado no mesmo trimestre móvel do ano passado (99,1 milhões de trabalhadores).
Agropecuária e Administração pública, saúde, educação dispensam, mas ocupação cresce nos Transportes
Apesar da estabilidade geral, alguns grupamentos de atividade da PNAD Contínua do IBGE mostraram redução no contingente de pessoas ocupadas. Um deles foi a Agropecuária. Segundo Adriana, “isso pode estar ligado à redução do contingente de trabalhadores em algumas lavouras, como as culturas do milho e do café”.
A analista lembra que, no outro grupamento com redução no número de trabalhadores, a Administração Pública, saúde, educação, também há um padrão de sazonalidade: “Nesse grupamento, no final do ano ocorre a dispensa de servidores com contratos temporários de profissionais da educação básica no setor público. Esses setores voltam a contratar quando as aulas recomeçam, principalmente depois de fevereiro”.
Por outro lado, o número de pessoas ocupadas no grupamento de Transportes Armazenagem e Correio cresceu 5,1% na comparação trimestral, o equivalente a mais 285 mil pessoas trabalhando no setor. “Temos observado um crescimento da ocupação no transporte de carga e também na parte de armazenamento. A ocupação nas atividades que envolvem logística vinha aumentando, e isso parece ter se mantido no trimestre que analisamos”, observa Adriana Beringuy.
O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada também permaneceu nos 38,0 milhões, sem variação significativa na comparação trimestral. Adriana acredita que, no trimestre analisado, as categorias em que ocorreram as dispensas “têm predomínio de trabalhadores informais. Isso ajudou a manter estável o contingente de empregados com carteira assinada”.
Foto: Karolina Fabbris Pacheco/AEN-PR
Com informações Agência IBGE Notícias