Após três meses seguidos em queda, os preços da indústria nacional sofreram variação de 0,06% de janeiro para fevereiro. O resultado é do Índice de Preços ao Produtor, IPP, e acumula queda de 5,16% em 12 meses, ou seja, o 12º ponto negativo nessa perspectiva, apurado pelo IBGE.
A variação acumulada é de -0,18%, a primeira vez que esse indicador, em fevereiro, é negativo desde 2019 (-0,30%). Em fevereiro de 2023, a variação frente ao mês anterior foi de -0,29%. Neste ano, o resultado mensal positivo foi disseminado por 14 das 24 atividades investigadas na pesquisa.
O maior destaque foi os alimentos com registro de -1,42%, e exerceu a maior influência sobre o índice nacional (-0,35 p.p.) O resultado dessa atividade sofreu impactos com a queda nos preços de produtos derivados da soja, do arroz e carnes de bovinos frescas.
“Houve a entrada da safra da soja e do arroz e um aumento do efetivo do gado para abate. Isso torna os preços mais baratos para a indústria”, explica o gerente de análise e metodologia do IBGE, Alexandre Brandão.
Sobre a metalurgia, os preços subiram 2,03% comparado a janeiro, que foi o terceiro resultado positivo. A taxa foi a mais alta para a atividade desde maio de 2022 (2,05%). “Houve aumento dos preços do minério de ferro, depois de ter registrado queda em um ambiente internacional muito hostil”, diz o gerente.
Nas indústrias extrativas (1,79%), houve inflação pelo terceiro mês consecutivo. No ano, o setor acumula alta de 6,52%. “Nessa atividade, o Brasil acompanha o movimento dos preços no mercado internacional e eles vêm aumentando. A depreciação do real frente ao dólar intensifica isso ainda mais”, diz Alexandre Brandão.
Em fevereiro, as grandes categorias econômicas tiveram o seguinte comportamento: bens de capital (-1,05%); bens intermediários (0,12%); e bens de consumo (0,21%). Nessa última categoria, houve variação de 0,23% nos bens de consumo duráveis (BCD) e de 0,20% nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND).
No refino de petróleo e biocombustíveis (0,74%), a variação positiva foi influenciada, principalmente, pela alta no preço do álcool etílico.
Foto: Geraldo Bubniak/AEN-PR