Tabuleiro alterado: Lula confirma Dino para o STF; Wagner pode ir a ministério

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Adriano Villela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou no início da tarde desta segunda (27) as indicações do ministro da Justiça, Flávio Dino, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal e do subprocurador-geral Paulo Gonet Branco para o comando do Ministério Público Federal. Ambos, terão que passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça e votação em plenário do Senado.

Na PGR, o sucessor de Augusto Aras não deve gerar grandes mudanças, a não ser internamente. Já no caso do ministro que liderou a reação à ocupação nas sedes dos três poderes em 8 de janeiro o tabuleiro pode ser completamente alterado, mudando inclusive o papel do ex-governador da Bahia e senador Jaques Wagner.

Há a possibilidade de Lula reativar a ideia de dividir o Ministério da Justiça em dois, separando a parte de Segurança Pública. Para os comandos das duas pastas são cotados os nomes da ministra Simone Tebet (MDB) – que abriria a vaga na pasta do Planejamento e Orçamento – e de Wagner, deixando em aberto a liderança do governo no Senado.

Outro cotado na bolsa de apostas é de Ricardo Cappelli, secretário-executivo da Justiça e auxiliar de Dino desde o governo do Maranhão. Na gestão Lula, ele foi interventor da Segurança Pública do Distrito Federal após os ataques de 8 de janeiro e ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional.

Caso Wagner vá para o ministério, o ambiente pré-eleitoral baiano também será remexido. Suplente do ex-governador na Câmara Alta, Bebeto Galvão (PSB) teria caminho livre para assumir a cadeira no Congresso. Porém, o peessebista e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Construção Pesada e Montagem Industrial (Sintepav) também articula uma candidatura a prefeito de Ilhéus, cidade de onde é vice-prefeito. O sindicalista é nascido na região do Cacau, onde começou a vida política.

Outro desdobramento possível, claro, é o Senado reprovar a indicação de Flávio Dino. É pouco provável que isso aconteça, mas legalmente é uma alternativa. O relacionamento entre Executivo e Congresso tem sido tenso. Recentemente, a fratura ocorreu com o Senado, com a aprovação da proposta que limita decisões monocráticas de ministros do STF. Mas negar uma indicação para a Suprema Corte jogaria lenha demais na fogueira.

Foto: M. Camargo e A. Cruz/Agência Brasil

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