Ano pré-eleitoral chega ao fim com poucas definições em Salvador

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Adriano Villela

O ano ainda não chegou ao fim, é verdade, mas no geral 2023 será marcado por uma jornada pré-eleições de poucas definições em Salvador, a capital e maior colégio eleitoral no estado. Muitas possibilidades surgiram, mas nem o prefeito Bruno Reis (UB), em primeiro mandato e com possibilidade de concorrer a mais uma gestão, bateu o martelo.

Seja qual for o caminho escolhido, nada seria definitivo agora. Os partidos têm até o começo de agosto para escalar seus times e uma campanha pela frente. Mas há marcos importantes no fortalecimento de candidaturas que podem ser perdidos. Entre eles os debates de propostas e testes de popularidade, como o cortejo em homenagem ao Senhor do Bonfim e o Carnaval. Até as chapas para vereador podem ser prejudicadas pela falta de timing na disputa majoritária.

Em clima de ressaca pós-sucessão estadual, este ano começou com a especulação de que o ex-candidato a governador e secretário geral do diretório nacional do União Brasil, ACM Neto, poderia tentar voltar ao município em 2024. O ex-prefeito sempre negou esta possibilidade e, ao assumir a gestão da Fundação Índigo se distanciou muito dessa possibilidade. Não pode ser descartado, mas é um caminho que não foi sequer tentado agora.

De seu lado, Bruno Reis pavimenta bem a postulação à reeleição. Acomodou a relação com a Câmara Municipal, obtendo inclusive o apoio do atual presidente e respectivo partido, Carlos Muniz (PSDB). Mantém bom diálogo com o ex-ministro do governo bolsonaro e presidente estadual do PL, João Roma, que segue tendo diferenças com ACM Neto. Roma acalenta voltar a ocupar a terceira via na sucessão ao Palácio Thomé de Souza, mas também avalia integrar a ala governista.

Até a disputa pela cadeira de vice, que trouxe turbulência até no PDT da atual titular do cargo, Ana Paula Matos, caminha no momento pela reeleição. A sigla Republicanos almeja o posto, enquanto PP e PSDB monitoram a disputa. O chefe do Executivo, porém, não formaliza a candidatura, o que gera um atraso nas definições estratégicas e pode soltar a faísca da disputa pelo (a) companheiro (a) de chapa nas vésperas da campanha.

Da parte da oposição, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) afunila para uma definição no finalzinho deste ano ou no começo de 2024. Principais cotados, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e o deputado estadual Robinson Almeida (PT) evitam o confronto, mas a indefinição também é perigosa. Em Vitória da Conquista, os petistas já fecharam com o deputado federal Waldenor Pereira (PT), enquanto os emedebistas botaram a campanha da vereadora Lúcia Rocha na rua. E ainda há mais 415 municípios cuja disputa podem e devem interferir na capital.

Outros nomes são cotados na base do governo estadual, como a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) e o vereador Sílvio Humberto (PSB). O deputado federal Sargento Isidório – que teve votação em 2022 mais modesta do que a liderança de 2018 – corre por fora. O grupo sinaliza que vai mesmo ou apostar em um nome com o número 13 do presidente Lula e de Jerônimo ou de alguém com forte conhecimento da cidade, já que Geraldo Júnior além de ex-vereador foi presidente do parlamento da capital.

Foto: Lucas Moura Secom PMS

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