Estudo da SEI revela importância do turismo de eventos para dinamizar a economia de Mucugê

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A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) apresentou, na noite de segunda-feira (17), no Colégio Estadual de Tempo Integral de Mucugê, um estudo com metodologia inédita no Brasil que mede, a partir de dados das Notas Fiscais de Consumidor Eletrônicas (NFC-e), o impacto econômico do turismo de eventos no município. O relatório técnico “Avaliação do Impacto Econômico de Eventos em Economias Locais com Uso de Dados Fiscais: O Caso de Mucugê-BA, 2024” analisou seis eventos culturais, turísticos e esportivos realizados na cidade da Chapada Diamantina.

Na mesa de abertura, o diretor-geral da SEI, José Acácio Ferreira, ressaltou o pioneirismo do estudo e anunciou o alinhamento com a prefeitura local para expandir o trabalho, com a inclusão dos dados do Imposto Sobre Serviços (ISS) municipal. “Hoje, recebemos a boa notícia de que a prefeitura aprovou que a SEI receba as informações de ISS. Então, em breve, teremos uma ampliação deste trabalho para incluir o impacto do turismo de eventos nos serviços, como da hotelaria, por exemplo”, explicou.

O vice-prefeito de Mucugê, Leandro Profeta, e a secretária interina de Turismo, Cássia Nunes Ferreira, também participaram do encontro, que reuniu empresários de diversos segmentos, produtores de eventos, comerciantes e gestores públicos.

O estudo piloto foi articulado pela Associação Comercial e Turística de Mucugê (ACTM). Durante sua fala, a presidente da associação, Ana Luiza Pimentel, destacou a relevância da iniciativa para qualificar decisões do setor produtivo e da gestão pública. “Espero que seja o primeiro de muitos e que a gente comece a usar os dados para a tomada de decisão, entendendo a importância dos eventos para a economia da cidade”, afirmou.

*Resultados* – O relatório analisou 1,27 milhão de registros fiscais do banco de dados da Secretaria da Fazenda da Bahia (Sefaz-BA), do ano de 2014, processados pela infraestrutura de big data da SEI. A partir dessa base, a equipe liderada pelo diretor de Pesquisas da instituição, Rodrigo Cerqueira, observou oscilações no volume de vendas do comércio formal durante os períodos dos eventos.

Os maiores impactos econômicos foram registrados no São João, que apresentou aumento de 207,13% nas vendas da cesta de produtos analisada, crescimento de até 800% nas vendas de bebidas alcoólicas destiladas e de até 401% nas vendas de carnes bovinas, além de média diária de transações 73,3% superior à média anual e movimentação de cerca de R$ 1,06 milhão em cinco dias. O Festival de Forró da Chapada também se destacou, com aumento de 179% nas vendas da cesta de produtos, além de crescimentos expressivos nas vendas de vinhos (até 316%) e cervejas (até 290%), e média diária de transações 52,8% acima da média anual.

Eventos de menor impacto, como o Festival Vozes na Chapada, apresentaram resultados específicos, com destaque para o aumento de até 762% nas vendas de doces e geleias e de até 123% em carnes defumadas. Já a Feira Literária de Mucugê (Fligê) registrou 4% de aumento na média diária de vendas, movimentando 39% da cesta de produtos analisada no período.

Os eventos esportivos Ultra Trail e Desafio Mucugê mostraram 8% de incremento na média diária de vendas, mas revelaram padrões de consumo bastante segmentados, como o aumento de até 267% nas vendas de água mineral, no Ultra Trail, e o crescimento de até 195% nas vendas de carnes de aves no Desafio Mucugê.

Além de destacar a heterogeneidade e as oportunidades de aprimoramento para ampliação dos retornos econômicos, o diretor de Pesquisas da SEI, Rodrigo Cerqueira, lembrou que “os eventos também geram impactos intangíveis importantes, como o fortalecimento da identidade cultural e dos laços sociais, entre outros, não captados no estudo, mas que devem ser considerados para a tomada de decisão”.




Fotos: Jean Vagner/SEI

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