Diante da convocação de manifestação para o horário do leilão da área próxima ao Circo Picolino, em Pituaçu, às 10h desta terça-feira (29), pela Bancada de Oposição na Câmara Municipal e movimentos sociais reunidos no Fórum A Cidade Também é Nossa e SOS Áreas Verdes, o prefeito Bruno Reis deu declarações à imprensa afirmando que a área não é verde e que será leiloada para instalação de um aquário e empresas do setor de gastronomia. Líder da bancada, a vereadora Aladilce Souza (PCdoB) confirmou a realização do ato e rebateu: “O edital fala em espaço multiuso e isso não garante que não haverá residência, que o terreno onde o Circo Picolino funciona há 30 anos não será vendido para a especulação imobiliária”.
E questiona o fato do prefeito afirmar que a área não é verde: “Toda aquela área era verde, sim, era área de restinga e a prefeitura suprimiu a vegetação, restingas e coqueiros, durante a obra que ele chama de requalificação. Só que o próprio Bruno Reis se contradiz quando afirma que os coqueiros foram transplantados em outros lugares”.
Falta transparência
Segundo Aladilce, pela definição um espaço multiuso pode combinar diversas funcionalidades, incluindo residências, escritórios, espaços comerciais, entre outros. “E o principal é a falta de transparência, de um debate com a sociedade, com o Legislativo. A Secretaria da Fazenda se nega a nos fornecer os processos administrativos dos leilões, o que é um absurdo. Nada nos garante que aquela área, em frente ao mar, não terá prédios a partir desse leilão. Pode ter o aquário, pode ter a exploração como um life center, que combina residências, comércios, escolas, centros, hotéis…Nós queremos discutir o projeto e a necessidade dessa desafetação exagerada de áreas públicas”, ponderou a vereadora.
No edital do leilão, a prefeitura considera que pelas características do local, e visando o aproveitamento do potencial turístico da Orla Marítima, a área identificada sob o IDC031, localizada na Avenida Otávio Mangabeira, em Pituaçu, deverá ter utilização voltada para a “implantação de um espaço multiuso, através da instalação de um aquário para visitação pública e um centro gastronômico, objetivando o desempenho de atividades relacionadas tanto ao entretenimento quanto a estudos do meio ambiente”.
A articulação de entidades e coletivos, reunidas no Fórum A Cidade Também é Nossa e SOS Áreas Verdes inclui, entre outros, a Federação de Associações de Bairros de Salvador (Fabs), Instituto dos Arquitetos, associações de moradores de Morro Ipiranga, Morro do Gato, Roça da Sabina, Amabarra, Movimento Sem Teto, Articulação do Centro Antigo, SOS Buracão, Coletivo Stella Maris, SOS Vale Encantado, Movimento Manguezal Rio Passa Vaca, Praça Carlos Bastos, Cajaverde e Gambá.
Foto: Victor Queirós/CMS