A Associação Brasileira da Indústria Química, Abiquim, vai acompanhar as discussões desta terça-feira, 14, na Câmara de Deputados. O presidente da entidade, André Passos Cordeiro, estará presente nas discussões. O tema “Alterações legislativas para a reindustrialização brasileira, a transição energética e a descarbonização: contribuições do setor químico” vai envolver o setor que passa por um dos momentos mais delicados.
A própria entidade patronal calcula um déficit em produtos químicos de US$ 9,9 bi no primeiro
trimestre de 2024. Por meio de sua assessoria a Abiquim disse que o cenário se agrava nos últimos meses com as “Importações predatórias” desequilibrando o mercado interno, ameaçando fabricações nacionais de produtos estratégicos
“As importações brasileiras de produtos químicos totalizaram US$ 13,3 bilhões no acumulado dos três primeiros meses deste ano, relativas ao montante de 12 milhões de toneladas, adquiridas a preços médios 15% inferiores àqueles de igual período de 2023 (de US$ 1.307 para US$ 1.111 por tonelada)”, revelou a nota da assessoria.
A entidade ainda diz que os dados configuram um cenário dramático de ameaça à produção nacional com o agravamento do surto de importações predatórias em vários grupos de produtos estratégicos, comportamento puxado pelos expressivos aumentos nos volumes de importações de resinas termoplásticas (36,9%), de produtos petroquímicos básicos (8,1%), entre outros produtos químicos orgânicos (10,1%) e diversos para uso industrial (15,2%).
Exportações
A entidade também revelou que seu relatório mostrou que o cenário das exportações estão inferiores ao das importações, em US$ 3,4 bilhões, equivalentes às vendas para o exterior de 3,4 milhões de toneladas, demonstrando recuos de, respectivamente, 8,3% (valor monetário) e 5,2% (quantidades físicas), quando comparadas com os três primeiros meses de 2023.
O resultado da balança comercial no primeiro trimestre de 2024 foi de um déficit de US$ 9,9 bilhões, acumulando o valor de US$ 44,7 bilhões nos últimos doze meses (abril de 2023 a março de 2024), com recorde de 46,6 milhões de toneladas (diferença entre 61,2 milhões de toneladas importadas e de 14,6 milhões de toneladas exportadas no período).
Indústria Química Nacional
Vale lembrar que a Indústria Química é provedora de matérias-primas e soluções para diversos setores econômicos – agricultura, transporte, automobilístico, construção civil, saúde, higiene e até aeroespacial.
A indústria química instalada no Brasil é a mais sustentável do mundo. Para cada tonelada de químicos produzida, ela emite de 5% a 51% menos CO2 em comparação a concorrentes internacionais, além de possuir uma matriz elétrica composta por 82,9% de fontes renováveis – no mundo, essa média é de 28,6%.
Esta marca só foi possível graças a uma série de pesquisas, inovações e melhorias que foram introduzidas pela química ao longo dos anos, paulatinamente, como a eletrificação de equipamentos e produção in loco de energia renovável, bem como a migração de fontes fósseis para insumos alternativos, como o etanol.
Foto Divulgação Mdic