Transnordestina: nova proposta para o fim dos gargalos

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Adriano Villela

Na quinta-feira (18), consultando o noticiário sobre o que está acontecendo nos outros estados, me detive sobre a nova proposta para a conclusão da Transnordestina. Concessionária do modal que pretende interligar o Piauí e os portos de Pécem (CE) e Suape (PE), a TSLA pretende agora iniciar a operação em um trecho experimental, antes de chegar ao porto, dedicado ao transporte de cargas no Sertão Central. As informações foram reveladas pelo Diário do Nordeste.

Com essa meta mais modesta, o trem deve começar a rodar em 2025 e, dois anos depois, chegar ao litoral cearense. A Transnordestina é um empreendimento iniciado em 2005 que, até o ano passado, não se tinha qualquer previsão de quando a primeira tonelada de produto seria transportada. Manter um investimento de 20 anos sem começar a funcionar (leia-se faturar) é um desafio de proporções pouco recomendadas.

Penso que a divisão de obras de infraestrutura maiores tem tudo para contribuir na solução de gargalos históricos, como a Ferrovial Oeste Leste e o Porto Sul, no interior baiano, e o monotrilho, em Salvador. Não sou engenheiro nem gestor de obras públicas, mas pelo que observo há 26 anos como jornalista em empreendimentos de grande, a programação por lotes que incluam entregas intermediárias costumam dar resultados melhores. E mais rápidos. Juntando Fiol e Transnordestina, temos mais de mil quilômetros assentados e nenhuma locomotiva em ação.

A ideia não é nova, mas pouco disseminada. O metrô de Salvador foi um case nesta direção. Primeiro, na época da Copa das Confederações (2013), inaugurou-se o tramo 1 da Linha 1 (Lapa-Pirajá), finalizando na sequência o tramo 2, lotes iniciais da linha 2 (Acesso Norte-Aeropoorto), chegada ao aeroporto e agora o tramo 3 (Pirajá-Águas Claras). Até para a aprender os riscos e possíveis soluções da operação de um novo modal, parece-me mais promissor começar com algo de porte menor e depoir evoluir.

Oficializado pelo presidente Lula na quinta, após passagem pela Bahia, o trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (RNest), em Ipojuca (PE), seque na mesma direção. Com a primeira parte processando 100 mil barris diários, a Petrobras partiu para ampliar o Trem 1 e planejou uma segunda planta em etapas, até chegar a 260 mil barris diários de capacidade.

Avalio que o impasse do Monotrilho, da mesma forma, teria sua viabilidade ampliada se fosse pensado por etapas, garantindo primeiro a modernização do trecho do antigo trem do subúrbio. Superada essa fase, tem-se conhecimento, capacidade operacional e uma melhor estrutura financeira para tornar a ampliação realidade.

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