Por Alessandra Nascimento
Editora-chefe
Vamos combinar uma coisa: essa novela Mercosul e União Europeia já encheu o saco! Os membros da União Europeia, em sua arrogância costumeira em se meter e mandar no território alheio, já não assustam os sul americanos. Há uma frase que gosto muito pois significa respeitar o outro. “Cada um deve ficar no seu quadrado”. Ora bolas! Se intrometer em políticas dos países do Mercosul é achar que estamos com o “pires na mão” pedindo esmolas. O meio ambiente é sim nosso maior legado enquanto sul americanos. Nossas florestas, nossa incessante luta em discutir com nossos vizinhos fronteiriços formas de criação de políticas públicas inteligentes com oportunidades reais para o desenvolvimento sustentável e geração de empregos com qualificação promovendo maior e melhor conhecimento de nossas maiores riquezas. Nossa fauna e flora pertencem também às gerações que nos sucederão neste planeta. Mas tudo nasce no diálogo, na capacidade de ouvir – principalmente nossos irmão sul americanos – para trilharmos juntos e em harmonia. Afinal democracia é respeitar as regras, não impô-las.
O que os países da União Europeia não entendem é que suas ex-colônias se tornaram Estados com riquezas e capacidade de se sustentar. Não se esqueçam das aulas de história: quem primeiro lesou o meio ambiente, levou minérios, explorou a América Latina foi a Europa que hoje está de nariz em pé nos exigindo clausulas absurdas como fossemos seu capacho.
O bloco sul americano respondeu a altura de tamanha desfaçatez! Também é notório que a perda de terreno geopolítico na América Latina, evidente com a guerra entre Russia e Ucrânia e os constantes investimentos em áreas estratégicas da China ligou o alerta amarelo.
Mas do amarelo pro vermelho é um pulo. Hoje quem é nosso maior comprador é a Ásia, em especial a China e isso sem fecharmos formalmente o acordo do Mercosul com esse país. Imaginem formalizado?!
A presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, agora pede celeridade na assinatura de um contrato com letras tão miúdas, diga-se de passagem proposital e levianamente, que nos assombra e zomba de nossa inteligência. Acordo é como casamento. Não tá bom pula fora! A vida é assim. Se meter em cumbuca é esparro!
Ou a União Europeia entende que o Mercosul tem sua soberania e capacidade de exigir na mesa seus direitos, mesa esta em que eles sempre foram acostumados a bater com violência, assustando meio mundo ou vão sobrar no dito popular. O Mercosul tem o direito, poder e dever de dizer um sonoro “NÃO!” se o acordo só for conveniente pro lado deles. Quem casa não pensa no divórcio. Se pensasse jamais teria dito “sim” na frente do juiz. Economizava tempo, dinheiro, burocracia….
As nossas condições político-econômicas carecem de nós mesmos lidarmos, à nossa maneira, parar conseguirmos encontrar soluções. Mas sem imposições de outros países que nada tem a ver com nossa realidade, nossos problemas e desafios. Isso não leva a nada. Que de nossa parte há o interesse em assinar isso é claro. Mas e da parte deles?! Estão realmente querendo se comprometer comercialmente conosco, respeitando nossas adversidades, ou buscam uma forma de se intrometer mais uma vez? Vão respeitar nossa soberania e decisões ou exigir que seus “imbróglios” sobrem para a gente?
Vocês fizeram a primeira revolução industrial à base de carvão. Em tempos de energia renovável contamos com vento e sol, o ano inteiro e em abundância.
Portanto agora vocês de “nariz em pé” não podem mais bater forte na mesa. Vocês não nos assustam. Só grita quem não tem razão. Então baixem a bola e joguem às claras com a gente. E mais uma vez (já escrevi sobre isso em outros artigos) temos a China e com ela virão outros países asiáticos que podemos fechar acordos mais transparentes e sem entrelinhas em letras miúdas.
Aprenda de uma vez União Europeia: o colonialismo acabou e nós somos soberanos em nossos territórios. Aceitem que dói menos!