Números divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontam para um crescimento do setor de 7,4% este ano, frente a 2022. Economista da entidade, Fabio Bentes ressalta que a atividade emprega atualmente 3,39 milhões de pessoas, contingente 5,5% maior do que na temporada 2019-20, imediatamente antes da pandemia de Covid-19.
No verão 2023-24, a entidade espera que sejam criados 85.795 postos de trabalho temporários, com destaque para o setor de alimentação. A remuneração de admissão média é de R$ 1.930 – 1,8% acima da alta estação 2022/23.
Para Bentes, a demanda reprimida pela crise sanitária e a recuperação de condições de consumo (sobretudo o comportamento de juros, emprego e inflação) reaqueceu a intenção de contratação entre as empresas ligadas ao turismo.A CNC explica que, apesar de cair 1,1% em outubro segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE), as atividades turísticas acumulam aumento de 7,9% em 2023.
O faturamento estimado para o período de novembro deste ano a fevereiro de 2024 atinge R$ 155 bilhões, um avanço de 5,6% em relação ao período. Na alta temporada 2023/2024, os gastos turísticos se concentrarão principalmente em bares e restaurantes (R$ 68 bilhões) e transporte rodoviário (R$ 24,34 bilhões).“Após ser severamente afetado pela crise sanitária em 2020, o setor de turismo demonstra uma importante recuperação”, avalia o economista.
A variação do valor das passagens é outro fator de otimismo da confederação. Em dezembro do ano passado, o item acumulava alta de 40,5% em 12 meses – agora o reajuste acumulado é de 3,3%. No terceiro trimestre de 2023, a quantidade de passageiros em voos nacionais atingiu 24,25 milhões, igual ao volume registrado no mesmo período de 2019. Mas os voos internacionais ainda se encontram 8,3% abaixo do período de referência. “Isso significa que turistas brasileiros deixaram de viajar para fora do país e preferiram destinos nacionais, o que também é uma das causas do aumento da atividade turística neste ano”, conta o economista. “Mas também menos estrangeiros estão vindo para o país”.
Foto: Tatiana Azeviche/Setur-BA