A Receita Federal, em operação conjunta com a Polícia Federal, deflagrou, nesta quarta-feira (16), a Operação Collector com o objetivo de desarticular organização criminosa especializada na lavagem de capitais oriundos do contrabando de cigarros e de outros crimes fronteiriços.
De acordo com as investigações, foram constituídos dois grupos distintos, porém, interligados, cada qual com clara especialização e ramo de atuação próprio. O primeiro era responsável pela cobrança de valores obtidos na venda dos cigarros. Ficava incumbido de coletar dos clientes dos contrabandistas os valores correspondentes aos cigarros vendidos, seja em dinheiro, veículos ou imóveis, por vezes usando violência.
Em caso de sucesso na cobrança, era recompensado com cerca de 20% do valor arrecadado. Já o segundo grupo era responsável por fornecer veículos para utilização dos cobradores, bem como vender outros automóveis que as organizações receberiam como pagamento.
Da análise dos dados fiscais e bancários autorizada pela justiça foi possível identificar a intensa confusão financeira entre o patrimônio pessoal dos investigados e das pessoas jurídicas a eles vinculadas. Familiares e funcionários de revendedora de automóveis, além de outras interpostas pessoas foram utilizadas para blindar o patrimônio e ocultar os reais beneficiários das atividades ilícitas.
No montante de centenas de milhões de reais analisado, foi identificada a circulação de valores incompatíveis com a capacidade financeira dos titulares dessas contas bancárias. Essas pessoas, apesar de residentes nas cidades localizadas na fronteira com o Paraguai, receberam valores de diferentes regiões do país, sem qualquer contrapartida fiscal.
Foto Marcelo Camargo/ Agência Brasil