Victor Vilas Boas Cavalcanti, CEO da Infleet
Se antigamente a logística de entrega era um dos fatores que mais interferiam no crescimento do comércio, especialmente eletrônico, hoje em dia, as redes de distribuição do grande varejo, marketplaces e até mesmo lojas físicas alcançaram outro patamar.
Dessa forma, as empresas que atuam na distribuição de mercadorias precisam modernizar não apenas suas frotas, mas também os métodos de gestão de equipes da operação, com foco na agilidade de entrega e qualidade. Além disso, é importante que estejam atentas às transformações e demandas do mercado. Assim como o próprio varejo se tornou mais informatizado, o uso da tecnologia é fundamental para tornar os processos mais ágeis e precisos.
Permita-me citar quatro principais tendências que impulsionam a transformação no mercado logístico, contribuindo para o aumento da lucratividade, a redução de custos e a agilidade das entregas:
Internet das Coisas (IoT) e Telemetria
Com o advento da IoT, os veículos podem permanecer conectados, transmitindo dados em tempo real. Sensores e dispositivos inteligentes coletam informações sobre o desempenho do veículo, o modo de condução do motorista, o consumo de combustível, a manutenção preditiva, entre outros aspectos relevantes para a gestão da frota.
A telemetria, por sua vez, permite que vários índices e controles da frota sejam aferidos em tempo real e de maneira remota, possibilitando o monitoramento dos veículos e motoristas para melhorar a eficiência e a segurança. Por exemplo, com o uso de tecnologias como GPS para acompanhar localização, velocidade, rota e desempenho dos veículos, é possível tomar decisões mais assertivas, resultando em um aumento da produtividade da equipe de motoristas.
Big Data e Análise de Dados
Além de coletar informações, é essencial analisá-las. Por meio de ferramentas de análise de dados, é possível extrair insights valiosos para otimizar a gestão da frota, identificar padrões de consumo, encontrar rotas mais eficientes e prever falhas mecânicas. A análise de dados também possibilita a criação de rankings de desempenho dos motoristas, contribuindo para uma condução mais segura e econômica. É possível, por exemplo, criar uma cultura de condução econômica, que só pode ser avaliada a partir do cruzamento inteligente de uma série de dados, como excessos de velocidade, frenagens, acelerações e sinistros.
Inteligência Artificial (IA)
A IA e o aprendizado de máquina estão sendo cada vez mais utilizados na gestão de frotas para melhorar a tomada de decisões. Algoritmos podem ser desenvolvidos para analisar dados históricos e em tempo real, identificar padrões, uso de celular durante a condução, fadiga do condutor, direção distraída, entre outras aplicações. A gestão eficiente de combustível, por exemplo, pode ser feita com o uso de a partir da inteligência gerada pela IA, permitindo um controle mais rigoroso e organizado do desempenho do veículo e condução do motorista a partir da análise de padrões, facilitando o registro, acompanhamento e resolução das falhas.
Mobilidade como Serviço (MaaS)
A ideia de MaaS envolve a integração de diferentes modos de transporte em um único serviço, com a utilização de tecnologia para facilitar a reserva, pagamento e coordenação de viagens. A gestão de frotas pode se beneficiar do conceito de MaaS, permitindo uma melhor utilização dos veículos, compartilhamento de recursos e uma abordagem mais eficiente para atender às demandas de transporte. Para os contratantes, isso traz uma segurança muito maior, com a garantia de que as cargas chegarão aos destinatários e que todos os processos serão cumpridos, como emissão de notas fiscais, permissões de cargas especiais, autorizações de entrada em pátios e outros.
Essas tendências estão em constante evolução e podem variar conforme o avanço tecnológico e as demandas específicas do setor de logística de transporte. Mas, o importante é jamais estagnar, antes, avançar.
Foto geralt/Pixabay
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