Indústria nacional cresce 1,1% em setembro, segundo resultado positivo seguido

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A produção industrial brasileira avançou 1,1% na passagem de agosto para setembro. O ganho de ritmo acontece após a variação positiva de 0,2% verificada no mês anterior. Em relação a setembro de 2023, a indústria teve crescimento de 3,4% na sua produção. No ano, acumula alta de 3,1% e, em 12 meses, expansão de 2,6%. Com esses resultados, a indústria se encontra 3,1% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas está 14,1% aquém do ponto mais alto da série histórica, obtido em maio de 2011. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM – Brasil), divulgada pelo IBGE.

“O desempenho positivo da indústria em setembro mostra uma intensificação da variação positiva verificada em agosto. A combinação de resultados dos dois últimos meses significou um ganho acumulado de 1,4%, eliminando o recuo de 1,3% observado em julho. Há um ganho de ritmo da produção em 2024, e isso fica claro quando comparamos o patamar da indústria em setembro deste ano com dezembro de 2023, com o setor industrial 2,9% acima, evidenciando a permanência de uma trajetória ascendente”, explica André Macedo, gerente da PIM Brasil. Segundo ele, o maior dinamismo da indústria em 2024, quando comparada a 2023, está relacionado a fatores como a incorporação de mais pessoas ao mercado de trabalho, redução da taxa de desocupação, aumento da massa salarial, melhora nas condições de crédito, diminuição da inadimplência e menor taxa de juros.

De agosto para setembro, três das quatro grandes categorias econômicas e 12 dos 25 ramos industriais pesquisados tiveram alta na produção. As principais influências positivas vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,3%), produtos alimentícios (2,3%), veículos automotores, reboques e carrocerias (2,5%), produtos do fumo (36,5%), metalurgia (2,4%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,3%).

Responsável pelo maior impacto positivo no resultado deste mês, o setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,3%) voltou a crescer após recuar em julho e agosto, período no qual acumulou perda de 3,5%. O segmento de produtos alimentícios (2,3%) foi outro que interrompeu uma sequência de dois resultados negativos, quando teve perda somada de 4,2%. “Essas duas atividades vinham de dois meses consecutivos de queda, de modo que tinham uma base de comparação baixa. Em termos de produtos, óleo diesel e gasolina foram os destaques na primeira, enquanto na segunda os derivados da soja, o açúcar e carnes de aves e suínos se sobressaíram”, acrescenta André.   

No sentido oposto, entre as 12 atividades que apresentaram queda na produção, indústrias extrativas (-1,3%) e produtos químicos (-2,7%) exerceram os principais impactos negativos. A primeira voltou a recuar após avançar 1,0% no mês anterior, enquanto a segunda interrompeu três meses seguidos de crescimento na produção, período em que acumulou expansão de 10,5%. Também houve diminuições expressivas nos ramos de outros equipamentos de transporte (-7,8%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-3,7%).

Em relação às grandes categorias econômicas, ainda na comparação com agosto, o setor de bens de capital (4,2%) apresentou a taxa positiva mais alta em setembro de 2024, eliminando parte da perda de 4,6% registrada no mês anterior. Os segmentos de bens intermediários (1,2%) e de bens de consumo semi e não duráveis (0,6%) também mostraram crescimento na produção em setembro. Os dois obtiveram o segundo resultado positivo consecutivo e, no período, acumularam avanços de 1,6% e 1,1%, respectivamente.

No sentido inverso, o setor de bens de consumo duráveis, ao recuar 2,7%, marcou a única taxa negativa em setembro de 2024, repetindo o nível de perda verificado em agosto. Com os dois resultados negativos seguidos, totaliza um recuo de 5,4%. Nos meses de junho e julho de 2024, porém, essa categoria econômica acumulou expansão de 13,2%.

Atividade industrial sobe 3,4% na comparação interanual

Frente a setembro de 2023, a indústria cresceu 3,4%, com resultados positivos em todas as quatro categorias econômicas, 20 dos 25 ramos, 54 dos 80 grupos e 62,2% dos 789 produtos pesquisados. As principais influências positivas vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (19,5%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,3%). Isso ocorreu, principalmente, pela maior produção dos itens autopeças, ônibus, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, automóveis, veículos para o transporte de mercadorias e carrocerias para ônibus e caminhões, na primeira; e álcool etílico e óleo diesel, na segunda.

Os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (17,9%), de metalurgia (6,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (14,8%), de produtos de metal (8,7%), de produtos de borracha e de material plástico (6,5%), de móveis (16,2%), de máquinas e equipamentos (5,1%), de produtos de minerais não metálicos (6,9%), de produtos químicos (2,0%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (6,3%) e de produtos de madeira (9,5%) também contribuíram positivamente.

Pelo lado das quedas, a atividade de indústrias extrativas (-2,9%) exerceu a maior influência negativa, pressionada, sobretudo, pela menor extração de óleos brutos de petróleo. Outros impactos negativos importantes vieram de produtos alimentícios (-0,8%) e impressão e reprodução de gravações (-12,0%).

“O patamar de produção da indústria em 2024 é claramente superior ao do ano passado. No entanto, é preciso lembrar que 2023 terminou com uma variação positiva de 0,1%, ou seja, o crescimento deste ano ocorre sobre uma base ainda baixa”, observa André.

Foto: João Paulo Ceglinsky/Petrobras

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