Indústria de Máquinas e Equipamentos desacelera em junho, mas o setor segue com resultado positivo

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A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, ABIMAQ, apresentou em coletiva dados so primeiro semestre. De acordo com a entidade, o mês de junho de 2025 registrou sinais de desaceleração nos investimentos em máquinas e equipamentos da ordem de – 4,4%. No período houve queda tanto na aquisição de máquinas produzidas localmente de -11,4% quanto importadas (- 4,8%). As exportações voltaram a crescer (6,3%), mas não o suficiente para anular a queda no mercado doméstico, resultando em receita total de vendas 5,4% inferior à do mês de maio (com ajuste sazonal).
A receita líquida total de vendas foi de R$ 26,4 bilhões, crescimento de 9,9% sobre junho de 2024, mas retração de 5,4% frente a maio, após ajuste sazonal. No mercado doméstico, o setor movimentou R$ 20,6 bilhões, alta de 8,8% na comparação interanual, mas queda de 11,4% ante o mês anterior.

No campo do comércio exterior, as exportações de máquinas e equipamentos somaram US$ 1,05 bilhão, com aumento de 6,3% sobre maio e 14,5% em relação a junho de 2024. No primeiro semestre, porém, as exportações acumulam queda de 4,3%, afetadas principalmente pela redução nos preços internacionais e pela menor demanda norte-americana. Os Estados Unidos, principal destino das exportações brasileiras do setor responde por 26,6% do total, reduziram suas compras em 12,1% no semestre, puxadas pelo menor consumo de máquinas brasileiras para construção civil e agrícolas. Em contrapartida, países da América do Sul, como Argentina (+55,3%), Chile (+12,1%) e Peru (+18,5%), apresentaram forte crescimento nas compras.

No que diz respeito às importações atingiram US$ 2,6 bilhões em junho, crescimento de 13,1% frente a 2024. Apesar de recuo mensal de 2,5%. No primeiro semestre, as importações somam US$ 15,7 bilhões, o maior valor da história para o período, com destaque para o avanço da participação da China, que já responde por 32,1% das máquinas importadas pelo Brasil.

Perspectivas com tarifaço de Trump

O setor fechou o mês de junho com desempenho negativo em razão da fraqueza no mercado doméstico, mas o semestre com crescimento de 14,8% nas receitas líquidas de vendas. “Diante deste bom desempenho, revisamos para cima o crescimento da receita liquida de vendas em 2025. Esperamos agora expansão de 7,9%, este resultado mantem a previsão de que a economia irá desacelerar no segundo semestre e provavelmente registrar crescimento de 2% em relação ao 2º semestre de 2024. O segundo semestre deve, portanto, ser marcado por desaceleração das atividades da indústria de máquinas e equipamentos, em razão dos efeitos cumulativos do aperto monetário, da desaceleração da economia global, podendo ainda ser aprofundado pela elevação da tarifa do imposto de importação para bens produzidos pelo Brasil” revelou a entidade.

Num cenário com a aplicação da tarifa subir para 50%, as estimativas apontam para a retração nos principais indicadores macroeconômicos e setoriais. A ABIMAQ revelou que a indústria de máquinas e equipamentos, poderá encolher, em função da medida anunciada pelo Governo Norte-Americano, cerca de R$ 24 bilhões ao ano, o equivalente a 9% da sua receita liquida (R$ 275 bilhões), sendo R$ 19,3 bilhões no curto prazo, em função da perda do mercado norte-americano e R$ 4,8 bilhões no longo prazo, pela redução dos investimentos na economia nacional. Este cenário reduziria o crescimento de 2025 para 5% ao provocar uma queda de 15,1% nas exportações de máquinas e equipamentos.

Foto: Reprodução Coletiva

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