O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,94% em dezembro, apresentando desaceleração em relação ao mês anterior, quando havia registrado alta de 1,30%. Com esse resultado, o índice encerra o ano de 2024 com alta acumulada de 6,54%. Em dezembro de 2023, o IGP-M havia apresentado aumento de 0,74% no mês e acumulava queda de 3,18% em 12 meses.
“Commodities, preços administrados e mão-de-obra influenciaram os resultados dos índices componentes do IGP-M. No IPA, o preço do café, influenciado pelo clima e pelo câmbio, foi o principal destaque registrando alta de 28,82%. No IPC, preços monitorados e carnes foram as principais influências, com destaque para cigarros, com alta de 6,43%. Por fim, no INCC, reajustes salariais, com alta média de 0,53%, depositaram maior influência sobre o índice”, essas informações foram detalhadas por André Braz, Coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE.
Em dezembro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 1,21%, registrando nova alta, porém em menor magnitude, quando comparada a taxa de 1,74% observada em novembro. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais subiu 0,83% em dezembro, taxa inferior em relação ao mês anterior, quando registrou alta de 1,25%. Esse decréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 3,34% para 2,62%. Além disso, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, passou de 1,50% em novembro para 1,20% em dezembro.
A taxa do grupo Bens Intermediários subiu 0,47% em dezembro, superior à do mês anterior, quando havia registrado alta de 0,22%. A principal contribuição para esse avanço partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -0,55% para 0,54%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) subiu 0,46% em dezembro, após alta de 0,36% em novembro.
O grupo Matérias-Primas Brutas subiu 2,35% em dezembro, após registrar alta de 3,90% em novembro. A desaceleração deste grupo foi influenciada principalmente por itens chave, tais como soja em grão, que recuou de 4,80% para -2,34%, bovinos, cuja taxa desacelerou de 13,57% para 2,50%, e milho em grão, cuja taxa recuou de 8,85% para 2,12%. Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento oposto, entre os quais se destacam café em grão, que acelerou fortemente de 6,01% para 28,82%, minério de ferro, que subiu de 2,37% para 6,21% e das aves, cuja taxa passou de 0,34% para 2,44%.
Em dezembro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou taxa de 0,12%, apresentando aceleração em relação ao mês anterior, quando o índice teve um aumento de 0,07%. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis apresentaram avanços nas suas taxas de variação: Transportes (0,14% para 0,30%), Educação, Leitura e Recreação (-0,16% para -0,02%), Alimentação (1,01% para 1,09%), Despesas Diversas (0,49% para 0,85%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,16% para 0,20%) e Comunicação (0,03% para 0,06%). Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: tarifa de táxi (0,57% para 6,19%), passagem aérea (-1,92% para -0,66%), frutas (-1,27% para 0,66%), cigarros (3,86% para 6,43%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,44% para -0,29%) e tarifa de telefone residencial (0,06% para 0,31%).
Em contrapartida, os grupos Habitação (-0,93% para -1,08%) e Vestuário (0,04% para -0,11%) exibiram quedas em suas taxas de variação. Dentro destas classes de despesa, merecem destaque os itens: aluguel residencial (-0,34% para -0,77%) e calçados (0,08% para -1,10%).
Em dezembro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,51%, valor superior à taxa de 0,44% observada em novembro. Analisando os três grupos componentes do INCC, observam-se movimentações distintas nas suas respectivas taxas de variação na transição de novembro para dezembro: a taxa do grupo Materiais e Equipamentos subiu de 0,40% para 0,57%; o grupo Serviços recuou de 0,09% para -0,25%; e o grupo Mão de Obra passou de 0,54% para 0,53%.
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