A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) revelou preocupação a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, alcançando o patamar de 14,75% ao ano. “É fundamental que o ciclo de altas na Selic tenha um fim o quanto antes, para não comprometer o crescimento econômico e a geração de empregos”, considera.
A ABRAINC reforça em comunicado que o atual nível da Selic intensifica os desafios enfrentados pela economia brasileira. Juros elevados restringem o acesso ao crédito, inibem investimentos produtivos e ampliam o custo da dívida para empresas e famílias — afetando diretamente o consumo, a geração de empregos e o crescimento econômico. Atualmente, o Brasil já possui o 4º maior juro real do mundo.
“Estudos do próprio Banco Central indicam que uma elevação de 1 ponto percentual na Selic pode aumentar a dívida pública bruta em mais de R$ 50 bilhões por ano. A alta dos juros tem efeito em cascata: encarece o crédito, desestimula o consumo, reduz a competitividade do setor produtivo e contribui para o fechamento de empresas e postos de trabalho. Ao tornar o crédito imobiliário mais caro, também compromete o acesso à moradia para milhares de famílias brasileiras”, considera.
A ABRAINC se posicionou como entidade que defende um controle efetivo dos gastos públicos como caminho para possibilitar a redução sustentável dos juros no médio e longo prazo. “Somente com responsabilidade fiscal será possível destravar investimentos perenes, estimular a atividade produtiva e criar um ambiente favorável ao crescimento econômico sustentável — com mais emprego e renda para a população”.
CNI considera ‘fardo’ aumento da Selic
A Confederação Nacional da Indústria, CNI, se posicionou por meio de nota após o aumento da Selic, apontando as consequências negativas para o emprego, renda e bem-estar da população.
“A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual (pp) exige um fardo ainda mais pesado à economia, com consequências negativas para o emprego, a renda e o bem-estar da população, afirma a Confederação Nacional da Indústria (CNI) . Com a nova alta, a Selic chega a 14,75% ao ano (aa), maior patamar em quase 20 anos”, diz a nota.
Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, a atual conjuntura exige uma postura mais prudente do Copom. “Embora o controle da inflação seja o objetivo primordial do Banco Central, a elevação da Selic traz riscos significativos à economia, que está em processo de desaceleração mais acentuado do que esperávamos no final de 2024”, pontua.
A CNI estima que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 2,3% em 2025, queda de 1,1 ponto percentual em relação ao ano passado. A indústria também deverá perder ritmo: crescimento de 2%, ante 3,3% em 2024.
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