Em meio a especulações sobre cargo de CEO, Petrobras vota plano na quinta (23)

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Adriano Villela

Em uma semana iniciada com a especulação de que a União, como controladora, poderia trocar o CEO Jean Paul Prates, a direção da Petrobras deve apresentar o novo plano estratégico para o período 2023-2027 no Conselho de Administração nesta quinta-feira (23). A expectativa é de que a proposta seja aprovada no mesmo encontro.

De acordo com Prates, o plano estratégico foi discutido com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva em uma reunião no Planalto na terça-feira. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou do encontro, assim como o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Outros temas envolvem a companhia, como a expectativa de aceleração em obras de refinaria, na petroquímica e em transição energética.

Rui e Silveira foram citados pelo O Globo, que deu a primeira versão de que o comando da petrolífera mudaria de mãos. Como empresa de economia mista, a Petrobras tem sua governança própria. Mas, na estrutura do governo federal, é vinculada à pasta de Minas e Energia, cujo ministro cobra sistematicamente e em público uma política mais agressiva de redução nos preços dos combustíveis.

O veículo fluminense indicou que o sucessor do ex-senador na petrolífera deve ser Marcus Cavalcanti, que foi secretário de Infraestrutura na gestão de Rui no governo do estado e integra sua equipe na Casa Civil. Em nota, o ex-governador baiano negou a movimentação.

A pressão sobre Jean Paul Prates aumentou com a divulgação de levantamentos, sobretudo da Associação de Importadores de Combustíveis (Abicom), nos preços do diesel e da gasolina hoje cobrados pela Petrobras estão acima dos valores que vigorariam se fosse mantido o modelo da paridade internacional (PPI), criado no mandato tampão do ex-presidente Michel Temer.

Prates defende que a companhia não repasse aos distribuidores aumentos e quedas na cotação do petróleo fruto de volatilidade dos mercados. Não descarta reduzir os preços nas refinarias até o final do ano, mas como consequência de um cenário consolidado,e argumenta que a política atual leva em conta as cifras adotadas pela concorrência (como teto) e a expectativa de retorno da Petrobras (como mínimo).

Neste cenário, é incerto como terminará a semana, tanto com relação à direção da Petrobras como de suas ações na bolsa de valores. Até porquê o primeiro quesito tem um componente político inevitável, enquanto o segundo é regido por razões estritamente econômicas.

Foto: Rafael Pereira/Agência Petrobras

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