Diretora do BNDES diz que Brasil tem pressa na transição energética

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A diretora de Infraestrutura e Transição Energética do BNDES, Luciana Costa, disse nesta quarta-feira, 20, no evento “Kick-off G20 no Brasil”, no Rio de Janeiro, que o Brasil tem pressa na transição energética. Ela revelou que, num país dotado de vantagens naturais, um dos principais desafios do país é criar as condições para monetizar suas vantagens ambientais, tornando-se mais competitivo na atração de investimentos.


“Para o Brasil, interessa uma transição energética mais rápida. Estamos muitos anos na frente dos outros países nesse processo. Mas não adianta produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo, se a gente não tem um mercado global de carbono que precifica a externalidade negativa de quem emite carbono”, explica Luciana Costa.


A diretora do BNDES ressaltou vantagens do país como a importância da matriz energética mais verde ser oportuna para redução de custo para Brasil, a estabilidade geopolítica, e seus mais de 180 mil quilômetros de linhas de transmissão em um sistema elétrico integrado e quase 90% da frota de carros rodando com biocombustível.
“Brasil tem essa grande janela de oportunidade para usar o G20, para usar a COP30, para dar saltos de desenvolvimento, mas essa janela não fica aberta para sempre, pode se fechar daqui uns cinco ou sete anos. Por isso, temos que transformar essas vantagens comparativas em vantagens competitivas rapidamente. Como é que a gente monetiza isso? Ninguém paga um prêmio verde pelos nossos produtos mais verdes”, ressalta a diretora.


Luciana Costa apontou como desafio o financiamento para os países não desenvolvidos. Em 2023 o mundo investiu US$ 1,8 trilhão em energia renovável, sendo que a maior parte foi para países desenvolvidos, não para os mais pobres. “Precisamos discutir como é que a gente muda a regulação financeira global para que o custo do capital não seja tão mais caro para os países do sul global e para os países mais pobres”.
O seminário “A presidência brasileira e seus impactos para o papel do país – “Kick-off G20 no Brasil” foi realizado pelos jornais O Globo, Valor Econômico e rádio CBN no Rio de Janeiro. Também estiveram presentes o embaixador Mauricio Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty e coordenador da trilha de negociadores do Brasil no G20; Marcos Caramuru, ex-embaixador do Brasil na China e conselheiro internacional do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri); e Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da FGV em São Paulo.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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