Na próxima cúpula semestral do Mercosul, prevista para 6 e 7 de dezembro, no Rio de Janeiro, o bloco terá como objetivo finalizar os trâmites de entrada da Bolívia no Mercosul e buscar maior agilidade no acordo comercial com Singapura.
A Câmara dos Deputados já deu sinal positivo à entrada do país andino ao bloco sul-americano. Agora compete ao Senado Federal brasileiro decidir ou não pela sua aceitação ao bloco.
O Protocolo de adesão da Bolívia foi assinado em 2015 como parceiro comercial, no entanto a entrada do país depende de ratificação de todos os parlamentos dos países membros do Mercosul. Vale lembrar que um dos pontos negativos da Bolívia para sua entrada no Mercosul e muito defendido pela oposição envolve a estatização da Petrobras pela Bolívia.
Se aprovada a entrada da Bolívia no Mercosul o bloco passa a ter 300 milhões de habitantes, sua área aumenta para 13,8 milhões de quilômetros quadrados e o PIB sobe para 3,5 trilhões de dólares. A Bolívia, estrategicamente falando, tem reservas de gás e lítio, além de outros minerais de alto valor. O Brasil é o maior parceiro comercial da Bolívia e o primeiro destino de suas exportações, como o gás natural.
Singapura
O acordo comercial do bloco com Singapura é de interesse de todos os membros do bloco não apenas por significar a entrada no promissor mercado Asiático, mas também impulsionar trocas comerciais e expandir para outros países asiáticos. Um dos pontos chave na entrada de Singapura centra-se no primeiro passo para tratativas com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), bloco integrado por Brunei, Camboja, Singapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia e Vietnã. Ele reúne 500 milhões de pessoas, representa um PIB de US$ 609 bilhões e tem um comércio externo anual estimado US$ 720 bilhões.
Enquanto o acordo Singapura está prestes a ser celebrado, o da União Europeia com os países do Cone Sul parece estar parado por conta de questões de protecionismo disfarçadas de preocupação ambiental. Até o momento o que representantes europeus declaram é o interesse em fechar rapidamente o acordo mas, ao que tudo indica, não deve se concretizar ainda. As discussões entre sul americanos e europeus completa mais de 30 anos sem avanços até agora.
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