A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) vê com preocupação os dados da balança comercial de agosto, divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/Mdic). O crescimento das importações, observa a entidade, é concentrado na indústria de transformação, pulverizado entre muitos produtos e não focado em poucos itens, e ocorre apesar da cotação mais alta do dólar. Entre os fatores que vem pressionando negativamente as vendas brasileiras no mercado internacional, estão a redução sazonal da soja, os preços dos grãos em queda e, sobretudo, o estoque de itens diversos na China, permitindo ao país exportar com preços baixos.
“Um dos melhores exemplos é o aço, cujo estoque é bem alto entre os chineses. Com isso, eles têm demandado menos minério de ferro, um dos itens mais importantes na nossa pauta de exportação”, atesta José Augusto de Castro, presidente executivo da AEB.
O executivo da AEB considera que a corrente de comércio – com alta de 1,4% em agosto – apresenta uma espécie de crescimento negativo. “Enquanto priorizarmos a importação de manufaturados em detrimento da produção nacional, a economia brasileira vai continuar derrapando, a renda será baixa e os melhores empregos estarão lá fora. Estamos exportando as melhores oportunidades por um preço muito baixo”, conclui Castro.
A aceleração das importações (13%) e a queda nas exportações (6,6%) mostradas na balança comercial de agosto, apontam para um superávit comercial mais tímido em 2024, embora ainda deva ser bastante significativo para a economia brasileira. A projeção da AEB é de um superávit de US$ 77 bilhões.
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