Brasil é o segundo maior mercado de pagamentos instantâneos do mundo, aponta ACI Worldwide

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O crescimento dos pagamentos em tempo real atingiu níveis recordes no Brasil, com 37,4 bilhões de transações registradas em 2023 – um salto anual de 77,9% – de acordo com o relatório Prime Time for Real-Time 2024, desenvolvido pela ACI Worldwide (NASDAQ: ACIW), líder global em software de pagamentos em tempo real, em parceria com a GlobalData, empresa especializada em análise e dados globais. Com isso, o país torna-se o segundo maior mercado de pagamentos instantâneos do mundo, responsável por 14% das transações globais e 75% das transações em toda a América Latina.

Em sua quinta edição, a pesquisa ainda destaca que mais de um terço (36%) dos pagamentos eletrônicos no Brasil são em tempo real e que a criação do Pix em 2020 – o sistema nacional de pagamento instantâneo – foi um fator determinante para a construção de um ecossistema transacional forte de ponta a ponta. Hoje, o recurso é utilizado por 77% dos cidadãos. Outro aspecto positivo do mercado brasileiro apontado pelo relatório é a proatividade do Banco Central do Brasil (BCB) no trabalho com fintechs, visando o combate à fraudes e a otimização da experiência dos consumidores.

Resumo das principais conclusões:

No Brasil, estão previstas 115,8 bilhões de transações em tempo real para 2028, o que representa uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 25,4% no período 2023-2028. Até lá, espera-se que os pagamentos em tempo real correspondam a metade (50,4%) de todos os pagamentos eletrônicos no país.

A nível global, foram registradas 266,2 bilhões de transações em tempo real – um crescimento anual de 42,2%. Até 2028, a previsão é de 575,1 bilhões de pagamentos instantâneos, o que configura um CAGR de 16,7% para o período 2023-2028. Também estima-se que, até lá, os pagamentos em tempo real representem 27,1% de todos os pagamentos eletrônicos no mundo.

O avanço do pagamento em tempo real é impulsionado pela evolução das funcionalidades, como NFC, Bluetooth, RFID e reconhecimento facial, além de novos cases de uso comercial e a abertura de links de transações instantâneas entre as fronteiras dos países.

Os cinco mercados de pagamentos em tempo real mais bem-sucedidos do mundo são o Brasil, com 14% de todas as transações ao redor do globo, precedido pela Índia (49%) e seguido pela Tailândia (8%), China (7%) e Coreia do Sul (3%).

Visando replicar o sucesso do Brasil, outros países latino-americanos estão avançando com iniciativas de modernização dos pagamentos em tempo real. A previsão é que a Colômbia e o Peru tenham CAGRs para 2023-2028 expressivos, com 51,2% e 42,6%, respectivamente.

Pix – do zero ao sucesso em apenas três anos

Segundo o estudo da ACI Worldwide, empresa que atualmente alimenta 25 esquemas de pagamentos em tempo real em seis continentes – incluindo nove infraestruturas centrais – e atinge cerca de 1,8 bilhão de pessoas conectadas a diversas organizações financeiras, o que soma forças ao Pix no Brasil é o peso da economia do país em relação a outras na região e a sua elevada população, quase toda com acesso ao sistema via celular. Hoje, o Pix conta com mais de 150 milhões de usuários ativos e U$ 3,9 bilhões em circulação anualmente.

Para o Head da ACI Worldwide no Brasil, Vlademir Santos, a ausência de taxas, a disponibilidade instantânea de fundos e o fácil acesso via celular, bem como a integração total em carteiras de pagamento populares e sistemas bancários existentes, tornou esse o método de pagamento preferido do país.

“Em apenas três anos, o Pix elevou os pagamentos em tempo real do Brasil da paralisação às alturas. Hoje, o segundo maior mercado mundial de transações instantâneas deve muito do seu sucesso à regulamentação do banco central e a um ecossistema rico em fintech, que descentraliza os serviços financeiros, aumenta a concorrência e democratiza rapidamente os pagamentos em tempo real para a população”, diz Santos.

“A ACI entende que sistemas de pagamentos em tempo real prosperam através da colaboração ativa e, por isso, constrói soluções que permite que bancos, corporações, fintechs e comerciantes processem e gerenciem pagamentos digitais e pagamentos de contas, potencializem pagamentos omni-commerce e ainda gerenciem fraudes e riscos”, acrescenta o executivo.

Combate à fraude no pagamento em tempo real

O relatório Prime Time for Real-Time 2024 também reflete sobre o desafio particular do Brasil no combate à fraude nas transações instantâneas. Ela é facilitada pelos roubos e furtos de celulares nas ruas, já que o acesso aos sistemas financeiros geralmente é concentrado nesses aparelhos. Dessa forma, o Banco Central do Brasil vem estabelecendo respostas fortes, como a verificação de velocidade do Pix e Bloqueio Cautelar do Pix, que envia alerta e congela transações por 72 horas para permitir investigação.

Também está em curso um grupo de trabalho de bancos, fintechs e outros agentes da indústria para desenvolver medidas rigorosas, assim como um processo para acelerar a devolução dos fundos dos pagadores após a confirmação de fraude ou falha institucional. Embora o obstáculo da fraude persista, o Head Global de Inteligência de Pagamentos e Soluções de Risco da ACI Worldwide, Cleber Martins, analisa que os esforços coletivos estão conduzindo a soluções mais eficazes e a resultados mais rápidos.

Foto: QuinceCreative/Pixabay

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