Black Friday deve movimentar R$ 13,34 bilhões em 2025, especialista alerta para endividamento

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O mês da Black Friday em 2025 promete ser positivo para o varejo, segundo a projeção da Associação Brasileira de Inteligência Artificial e E-commerce (ABIACOM). De acordo com o levantamento, os números apontam para uma previsão de vendas acima das registradas em 2024, enquanto o comércio eletrônico brasileiro deve movimentar R$ 13,34 bilhões durante a megapromoção. O movimento representará o crescimento de 14,74% em comparação ao ano passado, quando o setor atingiu R$ 11,63 bilhões em vendas. Para Renan Diego, consultor financeiro, a previsão é positiva para os comerciantes, em contrapartida, preocupante para os brasileiros, já que há o alto nível de inadimplência entre a população.

“O planejamento financeiro ainda é algo muito precário entre os brasileiros. Durante esse período de megapromoção, as compras por impulso se tornam muito mais frequentes, e esse movimento não só dificulta a organização das finanças pessoais dos consumidores, como aumenta as chances deles se endividarem. Vale ressaltar que o país vem enfrentando altos índices de inadimplência nos últimos meses, o que torna a Black Friday ainda mais preocupante para a realidade de muitos”, explica Renan.

Não à toa, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que a negativação bateu um novo recorde em setembro, atingindo 30,5% das famílias brasileiras. Essa foi a maior taxa registrada desde 2010, quando a pessoa começou a ser elaborada. De acordo com a organização, as famílias comprometeram, em média, um terço de sua renda mensal com o pagamento de dívidas.

Ainda segundo o levantamento da ABIACOM, a previsão é que a Black Friday registre cerca de 16,5 milhões de pedidos neste ano, ante a 15,75 milhões de pedidos em 2024. Em relação ao valor médio de venda, a previsão é de R808,50 em 2025, contra R$ 738 registrados no ano passado.

“Os descontos, em muitos casos, são tentadores para os consumidores, principalmente para os que tendem a fazer compras por impulso ou por aqueles que ficam navegando em sites. Entre os itens mais vendidos durante a Black Friday, por exemplo, estão os eletrônicos, que são mais caros, ou seja, que terão parcelas ainda maiores. Nesse caso, é necessário analisar se há uma reserva financeira para comprar ã vista, evitando as chances de ter o endividamento, ou pelo menos o valor que sirva de entrada na compra”, recomenda Renan.

Ainda segundo o levantamento feito pela ABIACOM, os segmentos de eletrônicos, moda, beleza, brinquedos e eletrodomésticos são os de maior interesse por parte dos consumidores. Já para Renan, estipular um orçamento para as compras durante a Black Friday é essencial não só para evitar que se gaste mais do que se tem, mas também para resistir à tentação de comprar mais do que o consumidor pode ou precisa.

“A partir do valor definido que poderá ser usado durante a megapromoção, é possível fazer uma lista com os itens que realmente são necessários para a sua realidade. Isso porque muitas pessoas compram apenas pela emoção do desconto sem ter um objetivo real para a compra, mais um fator que leva ao endividamento”, ressalta o consultor financeiro.

Outro ponto levantado por Renan é o monitoramento dos itens de desejo no comércio online ou em lojas físicas. Isso porque é comum que lojas aumentem os valores dos produtos dias antes do início oficial da Black Friday, que oficialmente ocorre no dia 28 de novembro, para oferecer um desconto fake na data. Apesar da prática ir contra as regras do Procon, ainda é comum entre os comerciantes.

Foto Freepik

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