ANFAVEA diz que vendas de veículos importados cresceu 15,6% e alerta para desequilíbrio

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Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira, 07, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, ANFAVEA, apresentou balanços referente ao primeiro semestre de 2025. Segundo a entidade, a vendas acumuladas de veículos nacionais subiram 2,6%, ritmo inferior ao dos importados, que cresceu 15,6%. As exportações acumulam alta de 60%, sendo o mercado argentino considerado como o principal responsável por esse crescimento. Outro dado mostrado sinaliza que as vendas de automóveis e comerciais leves nacionais caíram 10% no varejo. Os caminhões tiveram queda pelo 3º mês consecutivo.

A coletiva teve à frente o presidente da entidade, Igor Calvet, alertou para desequilíbrio competitivo. “O mercado brasileiro é um mercado que incide para quem produz custos elevados e representam às vezes 10% de custos para nossas empresas. O custo da produção é alto mas nosso compromisso com o Brasil permanece, sobretudo para melhorar nossa competitividade”, revelou. Ele chamou atenção para o estoque de veículos eletrificados de origem chinesa que virou o semestre com mais de 110 mil unidades e que, apesar da alta acumulada de 7,8% na produção de veículos nacionais, houve queda no ritmo das fábricas nos últimos dois meses. O presidente da ANFAVEA apresentou números sinalizando que, após mais de um ano em alta, emprego teve queda de 600 postos de trabalho.

Juros elevado e aumento da inadimplência

Na coletiva, o presidente da ANFAVEA, revelou os desdobramentos da alta da Selic no mercado automotivo. Segundo Igor Calvet, trata-se do “Maior nível de SELIC últimos 15 anos”. Os Juros para aquisição de veículos tanto para pessoa física, quanto jurídica, apresentam patamares
extremamente elevados. São 27,6% para Pessoa Física e 19,3% para jurídica”, revela. Ele mencionou o aumento da taxa de inadimplencia que hoje é de 4,9% para Pessoa física e 3,1% para jurídica.

“O nível de inadimplência apresenta crescimento em maio para PF (maior desde 2023) e PJ (maior desde 2017). Acreditamos que a inadimplência deve continuar aumentando”, frisa.

Ainda sobre a inadimplência ele mencionou que a indústria perde 13% em relação a 2011. “A Indústria de veículos automotivos perde 35% no mesmo período. Preciso mencionar que a indústria automotiva não recuperou ainda o mesmo nível prépandemia ou mesmo pré-crise de 2015”.

Importação em alta

No primeiro semestre de 2025, a importação de veículos cresceu 15,6%, com destaque para os modelos chineses, passando de 197.667 para 228.472 unidades vindas do exterior. Por outro lado, no mesmo período, as vendas acumuladas de veículos nacionais aumentaram 2,6%. O ritmo de crescimento dos importados foi seis vezes maior.

“Estamos vendo com esses dados o risco de um aprofundamento do processo de desindustrialização, queda de empregos, menor consistência da nossa cadeia de fornecedores”, disse Igor Calvet, presidente da Anfavea. Antes de encerrar a coletiva ele disse que a indústria automotiva pretende manter a projeção de investimentos de R$ 130 bilhões até 2030, com foco em descarbonização, propulsão verde, indústria 4.0, capacitação de mão de obra e desenvolvimento de fornecedores

Foto: Reprodução Coletiva Anfavea

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