Americanas só espera voltar ao azul em 2025; ‘Temos uma montanha para escalar’, diz CFO

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Na segunda-feira (15), o site Café com Informação, na matéria Caso Americanas: recuperação judicial avança para acordo, mas resultados em 2023 não animam , explanou que a rede varejista Americanas se aproximava do acordo de recuperação judiciária, mas seu futuro segue desafiador. Em entrevista ao Exame Insight, da revista Exame, a CFO -executiva responsável pela área financeira -, Camille Faria, confirmou o prognóstico. O grupo que há um ano foi sacudido pela revelação de um rombo de R$ 20 bilhões na contabilidade só espera voltar ao equilíbrio nos resultados em 2025.

“Ainda estamos no início do trabalho, temos uma montanha para escalar”, conclui a diretora, oficializada no cargo seis dias depois do anúncio do rombo. O valor de mercado da empresa é menor do que R$ 1 bilhão, após atingir R$ 11 bilhões – a ação é negociada na casa de R$ 0,82. No começo do ano passado, na cotação máxima atingiu mais de R$ 12.

Feitas as correções contábeis referentes a 2021 e 2022, a Americanas promete divulgar balanços de 2023 até o final deste mês. Mas a diretora de Finanças adiantou que será um resultado “ainda bastante negativo”. Conforme Camille Faria, “aprofundando (as investigações sobre o problema contábil), percebemos que era uma fraude de resultado, que escondia resultados insuficientes”.

Toda a operação da rede foi revista, visando evitar perdas que possam comprometer ainda mais o caixa da companhia. Atualmente, a varejista conta com 1.759 lojas – em torno de 93% de antes da crise. Um dos desafios atuais é fortalecer o capital de giro. Em novembro, segundo relatório mensal do administrador judicial, a empresa tinha R$ 1,55 bilhão em caixa.

À revista Exame, a gestora relatou que neste primeiro ano de rearrumação da casa a rede não teve dificuldades para receber produtos dos fornecedores, mas teve que antecipar os pagamentos. No plano de recuperação judicial aprovado pela maioria folgada de credores (91%) em dezembro, está fixado um prazo de 70 dias para pagar os fornecedores, menos do que os 100 dias do período pré-crise, mas com folga em relação às compras firmadas em 2023.

Segundo a executiva, o consumidor manteve uma demanda firme pela relação com a marca e o interesse em ver a rede superar a crise. “Sentimos isso na Páscoa, no Natal e agora na Volta às Aulas”, argui. Mas o varejo físico demonstrou mais resiliência do que o digital, outrora visto como estratégico.“O que aconteceu no digital também foi um movimento de perceber que o consumo de caixa do 1P (venda direta) era desproporcional com o novo momento da empresa”, afirmou a executiva.

Foto: reprodução/linkedin Camille Faria

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