A sociedade precisa saber o que ocorrerá com a mina 18 em Maceió

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Adriano Villela

Em recente artigo, relembrando sinteticamente, cobrei uma solução definitiva para o afundamento do solo na capital alagoana Maceió relacionado à exploração de sal-gema pela Braskem. Em nota para toda a imprensa, a companhia informou a existência de um plano para o preenchimento dos buracos em 35 minas de sal-gema com prazo final em 2025.

Segundo relato da empresa, 16 poços passam por trabalho de tamponamento com pasta de cimento; 9 receberão areia (no grupo a mina 18), seis passam por acompanhamento técnico e em cinco a empresa atua para confirmar o preenchimento natural. Como primeiro passo, a explicação da petroquímica me parece válida.

Mas persistiu em mim a questão: o que vai acontecer com a mina 18, que pode gerar uma cratera de tamanho assemelhado ao Maracanã – maior estádio de futebol do país?. Na semana passada, o risco de um colapso total era iminente. Após o final de semana, com a redução do ritmo de movimentação vertical do terreno, o quadro ficou indefinido. Nesta terça, o problema voltou a progredir em maior velocidade.

Considerando que as rachaduras e fendas começaram a aparecer em 2018 e em 2019 as autoridades concluíram que a causa eram as minas de sal-gema, era de se esperar ao menos um diagnóstico preciso. A Braskem afirma que está monitorando e repassando os dados ao poder público. A Defesa Civil divulga balanços coerentes com o que a companhia relata, mas ninguém deixa claro o que ocorrerá com a mina 18 e o bairro Mutange.

Em declarações de ambas as partes, depreende-se que pode haver uma acomodação do solo sem grandes consequências ou o colapso total da área, o que afetaria o meio ambiente no entorno da Lagoa do Mundaú. Se parte das minas já foram preenchidas e a movimentação do terreno é monitorada, não seria lógico que a mina que oferece risco maior deveria ter tido alguma prioridade?

O imbróglio ainda vai render muito embate em torno das responsabilidades por moradias das quase 15 mil famílias de cinco bairros afetados, comércio e serviços públicos prejudicados. Passados quatro anos, esperava ao menos um conhecimento preciso das consequências da exploração de sal-gema.

 

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