João Bosco – chefe de gabinete do CREA-BA
A relação da agronomia com a alimentação tem reflexo direto na saúde humana. O trabalho desenvolvido pelos engenheiros agrônomos impacta na nutrição da população, podendo tornar a comida mais farta e também mais rica em nutrientes essenciais. Na Bahia, assim como em outras regiões do planeta, a combinação dos fatores é essencial no combate ao adoecimento físico gerado pela desnutrição, e ou pela má alimentação.
A agricultura é uma atividade milenar e ancestral, que vem se transformando dentro do processo civilizatório do ser humano ao longo dos anos. Nos últimos duzentos anos, com o advento do petróleo, a atividade foi sendo modernizada, tornando-se mais química e industrializada através do incremento de maquinários e do manuseio e processamento de substâncias e nutrientes.
No começo do século XX, a produção agrícola foi bastante aumentada. Porém, nas décadas de trinta e quarenta, estudiosos perceberam que a produção em massa dos alimentos também resultava na perda do sabor e de algumas características importantes dos mesmos. Começou-se a notar que o uso de tantos compostos químicos, que protegiam contra as pragas das lavouras, eram capazes de prejudicar a saúde das pessoas. Problemas hormonais, cânceres e outras doenças passaram a ser relacionados aos hábitos alimentares.
Para que a agricultura pudesse caminhar em equilíbrio e conformidade com a saúde, a Agronomia teve – e ainda tem – como papel a aplicação da Ciência no ambiente do campo. Através dela, os envolvidos na cadeia de produção de alimentos, assim como os próprios consumidores, puderam perceber que é possível que as diferentes culturas sejam manejadas para aquisição de nutrientes específicos, com o objetivo de se alcançar o bem-estar físico.
O papel dos engenheiros agrônomos é essencial para garantir a segurança alimentar. Atualmente, em estágio bastante avançado, existem diversos trabalhos voltados ao uso de tecnologias menos poluentes que possibilitam tanto o aumento da produtividade para atender às demandas da população mundial em rápido crescimento quanto às necessidades nutricionais desta mesma população.
Outra preocupação da Agronomia é garantir que os processos ocorram em conformidade com o meio ambiente, sem gerar danos drásticos ao mesmo, o que por sua vez também se reflete sobre a saúde das pessoas. É criticada, por exemplo, a promoção da biofortificação de alimentos feita de forma industrial através de monoculturas por parte do agronegócio. As monoculturas resultam em diversos danos ao meio ambiente, acabando com sistemas agrícolas biodiversos através da exaustão nutricional do solo.
A fertilização balanceada traz uma série de ganhos e é essencial. Nos últimos anos, o uso de produtos de última geração tem garantido melhor qualidade de colheita e maior cuidado com o meio ambiente, com redução na geração e nas emissões de gases de efeito estufa. A Agronomia não se cansa de trabalhar em busca do equilíbrio e – assim como médicos, enfermeiros, nutricionistas e outros profissionais normalmente relacionados aos cuidados com a saúde – em prol do não adoecimento das populações. Solos bem manuseados produzem alimentos mais nutritivos e por sua vez pessoas mais felizes e sadias, na Bahia e no planeta.
A Agricultura Orgânica, ou agroecológicas são matrizes de produção de alimentos mais sustentáveis, e com alto valor nutritivo. Alimentos produzidos assim, é uma garantia de uma população com mais saúde.
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