Alessandra Nascimento
Editora-chefe
Não é de hoje que o site Café com Informação (www.cafecominformacao.com.br) vem divulgando os resultados da indústria quimica nacional. Também não é novidade que as importações de produtos químicos têm cada dia mais superado as exportações expondo o setor de produção nacional.
O último balanço divulgado hoje, 27, pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) reforça o que temos constantemente divulgado.
Enfrentamos um déficit de US$ 39,9 bilhões no acumulado deste ano até o mês passado. São US$ 52 bi contra US$ 12,1 bi com projeção deste deficit aumentar para US$ 47 bi. E este é o segundo maior déficit histórico para uma indústria que outrora foi pujante e liderava a geração de renda e empregos no país.
Se fosse no futebol eu chamaria de goleada histórica tal qual aqueles 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014 quando a seleção canarinho perdeu vergonhosamente para a Alemanha.
Mas, voltando a indústria quimica nacional, nem bem o setor comemorou a portaria que estabeleceu o Regime Especial da Indústria Química (REIQ), via decreto presidencial estimulando com incentivo fiscal o setor e vem o resultado do balanço.
Muitos chamam de “predatória” a concorrência com nossos amigos asiaticos que, à medida que firmamos acordos via Mercosul, veremos ainda mais sua presença comercial em nosso país.
O que é preciso entender é que todo e qualquer país têm formas de se proteger e, mais ainda, quem manda no mercado é o preço e a demanda. O país precisa de politicas publicas para ajudar no desenvolvimento cientifico industrial e uma infraestrutura capaz de dar solidez a um programa de governo. E isso precisa passar pela flexibilização de encargos tributários, dentre outros.
É nos gargalos que estão nossos problemas. Não há como concorrer com paises cujo investimento em infraestrutura é superior a 30% do PIB ou mais. Sem essa noção não teremos êxito muito menos condições de comprometimento. Infraestrutura, tecnologia e mão-de-obra qualificada. Esses são elementos da receita para garantir a melhoria de qualquer IDH e não se sujeitar a nenhuma concorrência externa.
É como se diz “jogar de igual para igual”. Mas para isso dar certo precisamos da compreensão do legislativo e do executivo comprometidos em fomentar a desoneração tributária, garantir ambiente harmonico para o desenvolvimento tecnológico com instrumentalização adequada, dentre outras. Iniciativas que, com o tempo e a devida maturação, se transformariam em pilares para o fortalecimento da cadeia produtiva nacional.
A concorrência está ai e não vai parar. Hoje são os asiaticos, amanhã o mundo todo. Quem dita as regras do mercado é o preço e a demanda. Leva quem melhor preço tem. Mas não está sendo justo para a indústria quimica nacional.
Enquanto a burocracia atrapalhar o desenvolvimento de qualquer setor os empregos desaparecem….