Adary Oliveira – ex-presidente da Associação Comercial da Bahia, Engenheiro químico e professor (Dr.)
COP28 UAE (United Nations Climate Change Conference) foi uma conferência colegiada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (EAU), onde os líderes mundiais discutiram o combate às mudanças climáticas.
O Brasil é um dos países mais biodiversos do mundo e a sua matriz energética é composta pelo maior porcentual de fontes limpas de energia do mundo. Daí desempenhar um papel de suma importância na luta contra as mudanças climáticas.
A realização da Conferência das Parte (COP) pela ONU tem importância significativa nesse particular, mostrando ao mundo como o Brasil contribui para a construção de um futuro mais sustentável.
O grande volume de energia hidrelétrica gerada em suas usinas, o avanço em novas instalações de geração de energia eólica e solar fotovoltaica, o uso do etanol como combustível automotivo, o emprego de óleos vegetais na substituição do óleo diesel nas formas de biodiesel e hbio, todas fontes renováveis, mostram ao mundo como deverá ser o futuro e o que deve ser feito de mais eficaz na proteção do planeta.
As fontes para essas realizações são incomensuráveis e a COP mostrou aos investidores as imensas oportunidades econômicas que existem aqui. Na Bahia, em particular, as chances de investimentos estão se transformando em realidade, sendo o estado brasileiro onde surgem os maiores projetos de aproveitamento dos ventos, do uso do sol, do bom emprego das regiões semiáridas, a exemplo dos projetos de produção do etanol a partir do sisal (agave), da produção de óleo vegetal por esmagamento dos frutos da macaúba e do ouricuri e da destilação da água para obtenção do hidrogênio verde.
Aliás, dos mais de mil projetos apresentados em Dubai, apenas 13 foram premiados. Entre eles um brasileiro, exatamente o projeto de hidrogênio verde e de amônia verde da Unigel, localizado em Camaçari, na Bahia. Se já era considerado o maior do mundo no segmento, agora lhe foi chancelado o título de melhor projeto do mundo.
Vale lembrar que a Bahia esteve representada no evento por várias personalidades, entre eles pelo seu governador Jerônimo Rodrigues, ex-presidente da Fieb e atual presidente da CNI o baiano Ricardo Alban, e do empresário Leo Slezynger, representando a Unigel.
Claro que os ambientalistas que reforçam as ONGs do mundo não iam deixar de aproveitar a oportunidade de falar da preservação da Amazônia e de outros biomas.
O “pulmão do mundo”, desempenha um papel vital na regulação climática global. A COP28 foi uma oportunidade para o Brasil demonstrar seu compromisso em combater o desmatamento ilegal, promover a recuperação de áreas degradadas e fortalecer a proteção dos biomas. Ao fazer isso, o país contribui para a conservação da biodiversidade e para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Espera-se que os esforços conjuntos na luta contra as mudanças climáticas resultem em colaboração maior dos países mais ricos, disponibilizando recursos para fortalecimento dos fundos financeiros para isso constituídos.
A COP28 representou uma oportunidade ímpar para o Brasil reafirmar seu compromisso com a sustentabilidade e assumir um papel de liderança na luta contra as mudanças climáticas. Ao defender metas ambiciosas, impulsionar a economia verde, proteger seus biomas e colaborar internacionalmente, o país mostrou que está contribuindo para a construção de um futuro mais seguro e sustentável para as gerações presentes e futuras.
Pelos investimentos que tem realizado e por outros tantos que vão ser atraídos, a Bahia vislumbra uma ocasião gigantesca de realizações. A seca de seu semiárido deixará de ser problema para ser solução na geração de energia limpa. A maior população rural do Brasil terá ainda dias em que irá mostrar ao mundo como pode transformar a inóspita região em fonte de riqueza, aproveitando sua inteligência para transformar a vida sofrida em vida saudável e de rico bem-estar.