A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciaram, nesta segunda-feira (10), em Recife (PE), R$ 58 milhões em investimentos para projetos de inovação em centros de pesquisa em Pernambuco. O anúncio foi realizado durante ato oficial para assinatura dos termos de cooperação que autorizam o funcionamento de duas novas Unidades Embrapii em Recife (PE): a Unidade Embrapii BioCetene (Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste) e a Unidade Embrapii Instituto Senai de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs).
Também foi assinado o termo aditivo para ampliar os recursos da Unidade Embrapii Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR). No total, os aportes às três Unidades vão alavancar R$ 134 milhões em investimentos no setor industrial, incluindo os recursos que deverão ser investidos por empresas participantes nos projetos que serão firmados futuramente.
O investimento nas Unidades fortalece o ecossistema de inovação da Embrapii na região Nordeste e no Brasil. O evento contou com as presenças da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, do presidente da Embrapii, Chico Saboya, da diretora do Cetene, Giovanna Machado, do presidente da Fiepe e do Conselho Regional do Senai Pernambuco, Ricardo Essinger, e do CEO do CESAR, Eduardo Peixoto.
“O Brasil possui uma base de produção de conhecimento muito rica. Mas esse conhecimento está concentrado nas instituições públicas. Queremos conectar a produção do conhecimento científico com as demandas da sociedade. Vamos acelerar a transferência de tecnologia para as empresas e ampliar a nossa capacidade de inovar, de criar produtos e serviços e apresentar soluções para os desafios do país” disse a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
Para o presidente da Embrapii, Chico Saboya, as novas Unidades Embrapii poderão contribuir para a nova trajetória de desenvolvimento nacional. “O Brasil vive um processo precoce de desindustrialização. Daqueles 35% em que já fomos em 1985, auge da participação da indústria no PIB, temos hoje, a depender das estatísticas, algo que vai de 11% a 18%. Esse desafio é o desafio que a Embrapii compra, de enfrentar um dos problemas mais graves do país, que é a perda da competitividade da indústria das últimas décadas. As duas novas unidades vão ajudar o Brasil a dar o salto que precisa para elevar seus padrões de competitividade, cujo o tecido produtivo nacional poderá se beneficiar da capacidade tecnológica que aqui está”, destacou Saboya.
A Unidade Embrapii BioCetene foi credenciada para desenvolver projetos na área de Biotecnologia aplicada à Micropropagação de Culturas Vegetais. A Unidade Embrapii ISI-TICs vai desenvolver projetos para aplicações satelitais. As duas juntas vão receber R$ 16,6 milhões em investimentos da Embrapii e dos centros de pesquisa para desenvolvimento de projetos de pesquisas voltadas à inovação industrial. As novas Unidades Embrapii BioCetene e ISI-TICs foram selecionadas em chamadas realizadas pelo Embrapii e o MCTI no segundo semestre de 2022. A assinatura do termo de cooperação é o que permite o início das atividades para o desenvolvimento de projetos de inovação industrial.
Já a Unidade Embrapii CESAR, credenciada desde 2015 para desenvolvimento de projetos na área de produtos conectados, recebeu um novo aporte no valor de R$ 35,5 milhões, provenientes da parceria entre Embrapii e Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), do Programa Prioritário Rota 2030 e do contrato de gestão com o MCTI. Além disso, o contrato prevê uma contrapartida de R$ 6,5 milhões da própria Unidade, chegando a um investimento total de R$ 42 milhões.
“Hoje, boa parte dos produtos industriais são importados e precisamos superar a desindustrialização e voltar a produzir no Brasil. Sem dúvida, esse credenciamento é um passo muito importante para o Nordeste. Agradeço a todos a confiança e, em breve, voltaremos a ter uma indústria pujante na região”, destacou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) e do Conselho Regional do SENAI/PE, Ricardo Essinger.
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