O custo da cesta básica subiu em 16 das 27 capitais onde o DIEESE, em parceria com a Conab, realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre setembro e outubro de 2025, as capitais que registraram maiores aumentos foram: São Luís (3,11%), Palmas (2,59%), Florianópolis (1,66%), Rio Branco (1,62%), Porto Alegre (1,49%), Goiânia (1,41%) e Fortaleza (1,38%). São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 847,14), seguida por Florianópolis (R$ 824,57), Porto Alegre (R$ 823,57) e Rio de Janeiro (R$ 801,37).
A pesquisa apurou nas cidades do Norte e do Nordeste , onde a composição da cesta é diferente, que os menores valores médios foram calculados em Aracaju (R$ 550,18), Maceió (R$ 592,25), Salvador (R$ 606,39) e Recife (R$ 608,03). Entre outubro de 2024 e outubro de 2025, nas 17 capitais os valores da cesta, a pesquisa registrou alta de preço, com variações entre 0,93%, em Brasília, e 10,92%, em Recife. No acumulado no ano, entre dezembro de 2024 e outubro de 2025, nas mesmas 17 capitais, a cesta apresentou variação positiva em 11 cidades, com destaque para Porto Alegre (5,08%), Salvador (3,85%) e Recife (3,34%). Em outras seis capitais, houve redução acumulada, as mais expressivas registradas em Brasília (-3,44%), Goiânia (-1,63%) e Natal (-0,83%).
Outro dado importante apurado na pesquisa no mês de outubro é que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.116,83 ou 4,69 vezes o mínimo de R$ 1.518,00. Em setembro, o valor necessário era de R$ 7.075,83 e correspondeu a 4,66 vezes o piso mínimo. Em outubro de 2024, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.769,87 ou 4,79 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.412,00.
Cesta x salário mínimo
Em outubro, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica nas 27 capitais pesquisadas foi de 100 horas e 19 minutos, maior do que o registrado em setembro, quando ficou em 99 horas e 53 minutos. Já em outubro de 2024, considerando as 17 capitais com série histórica completa, a jornada média foi de 105 horas e 21 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, nas 27 capitais pesquisadas em outubro de 2025, 49,29% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos e, em setembro, 49,09% da renda líquida. Em outubro de 2024, considerando as 17 capitais com série histórica completa, o percentual médio ficou em 51,72%.
Principais variações mensais dos preços dos produtos da cesta básica
O preço do quilo da batata aumentou em todas as cidades da região Centro-Sul, onde é pesquisada. Entre setembro e outubro, as elevações ficaram entre 6,06%, em São Paulo, e 34,32%, no Rio de Janeiro. A desaceleração da colheita da safra de inverno resultou em menor disponibilidade de batata e elevação nos preços. O valor do óleo de soja subiu nas 27 cidades, entre setembro e outubro de 2025.
As elevações oscilaram entre 1,21%, em Fortaleza, e 9,66%, em Belo Horizonte. A retração dos produtores, na expectativa de alta do dólar, e a demanda externa elevaram os preços do grão e do óleo bruto em outubro. O preço do leite integral apresentou comportamento variado, entre setembro e outubro, nas 27 cidades analisadas. Houve aumento em nove cidades, com destaque para Macapá (2,87%) e Natal (1,56%). Em Palmas, não foi registrada variação. As outras 17 cidades apresentaram redução no preço médio, principalmente Porto Alegre (-2,97%). A abundante oferta de leite cru reduziu o custo e o preço dos derivados no varejo.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
