Uma parcela significativa dos inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) – e/ou beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família – tem encontrado no setor de telesserviços um caminho para o ingresso no mercado formal de trabalho. É o que aponta uma estimativa da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT). Segundo o levantamento, cerca de 45% das pessoas contratadas pelo setor, em todo o país, entre janeiro de 2024 e agosto de 2025, estão inscritas nesses programas e/ou são dele beneficiárias.
“Os dados vão na contramão da narrativa de que os beneficiários do Bolsa Família e/ou de programas sociais evitam o trabalho por acomodação. O que se observa é justamente o oposto: quando surgem oportunidades reais, como as oferecidas pelo nosso setor, essas pessoas demonstram disposição, comprometimento e desejo de progredir”, destaca Gustavo Faria, diretor executivo da ABT.
O fenômeno é nacional, mas o protagonismo é claramente nordestino, onde a atividade tem apresentado crescimento acelerado de oportunidades. Enquanto no Nordeste o índice de contratações pelo Telesserviços, se considerados os dados desde janeiro de 2024 até meados de 2025, ultrapassa 55%, no Sudeste cerca de 35% dos admitidos são inscritos no CadÚnico ou beneficiários do Bolsa Família.
O segmento, que emprega cerca de 1,4 milhão de brasileiros em todo o país, oferece vagas com carteira assinada, capacitação, benefícios e possibilidade de crescimento profissional, o que tem transformado a realidade de famílias que tradicionalmente enfrentam barreiras para acessar a formalidade no trabalho.
“Além de empregar, o setor contribui para desonerar o setor público, à medida que mais pessoas passam a ter renda própria, saem gradualmente da situação de vulnerabilidade e deixam de depender exclusivamente de programas de assistência social”, observa o diretor da ABT.
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