O valor da cesta básica diminuiu em 24 das 27 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em parceria com a Conab (Central Nacional de Abastecimento), realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
Entre julho e agosto de 2025, as quedas mais importantes ocorreram em Maceió (-4,10%), Recife (-4,02%), João Pessoa (-4,00%), Natal (-3,73%), Vitória (-3,12%) e São Luís (-3,06%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 850,84), seguida por Florianópolis (R$ 823,11), Porto Alegre (R$ 811,14) e Rio de Janeiro (R$ 801,34). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 558,16), Maceió (R$ 596,23), Salvador (R$ 616,23) e Natal (R$ 622,00).
Entre agosto de 2024 e agosto de 2025, nas 17 capitais onde é possível comparar os valores da cesta nesse período, os preços aumentaram, com variações entre 3,37%, em Belém, e 18,01%, em Recife.
No acumulado no ano, entre dezembro de 2024 e agosto de 2025, entre as mesmas 17 capitais, 13 cidades tiveram alta e quatro apresentaram queda. As maiores elevações ocorreram em Fortaleza (7,32%), Recife (6,93%) e Salvador (5,54%). As capitais com variação negativa foram Goiânia (-1,85%), Brasília (-0,55%), Vitória (-0,53%) e Campo Grande (-0,20%).
Salário mínimo
Com base na cesta mais cara, que, em agosto, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em agosto de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.147,91 ou 4,71 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518,00. Em julho, o valor necessário era de R$ 7.274,43 e correspondeu a 4,79 vezes o piso mínimo. Em agosto de 2024, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.606,13 ou 4,68 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.412,00.
Cesta x salário mínimo
Em agosto de 2025, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica nas 27 capitais pesquisadas foi de 101 horas e 31 minutos, menor do que o registrado em julho, quando ficou em 103 horas e 40 minutos. Já em agosto de 2024, considerando as 17 capitais com série histórica completa, a jornada média foi de 102 horas e 08 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verificou-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, nas 27 capitais pesquisadas em agosto de 2025, 49,89% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos e, em julho, 50,94% da renda líquida.
Em agosto de 2024, considerando as 17 capitais com série histórica completa, o percentual médio ficou em 50,19%.
Principais variações dos preços dos produtos da cesta O preço do tomate diminuiu em 25 cidades, com variações entre -26,83%, em Brasília, e -3,13%, em Belém. Os aumentos ocorreram em Macapá (9,17%) e Palmas (2,60%). A maior oferta do fruto foi responsável pela queda do preço no varejo.
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