Mais de 90 toneladas de resíduos sólidos recicláveis foram recolhidas por catadores e catadoras em Salvador (Parque de Exposições, Pelourinho e Paripe) e outros 12 municípios do interior no projeto Arraiá Sustentável e Solidário, durante os festejos juninos do São João da Bahia. A ação resultou na geração de renda de R$ 483.647 mil distribuída entre os 1.950 trabalhadores atuantes no período.
O volume de resíduos corresponde ao período entre o dia 18 até às 6h da quarta-feira, 25. A iniciativa é do Governo da Bahia por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) em parceria com 12 cooperativas de catadores (as) e de reciclagem e as secretarias Desenvolvimento Social (Seades) e de Desenvolvimento Urbano (Segue). O objetivo é dar condições dignas de trabalho à categoria além de possibilitar a geração de renda durante as comemorações juninas.
Foram coletados 57.010 Kg de alumínio, 24.165 de plástico/PET, além da doação de 6.221 kg de vidro e 2.636 kg de papelão por camarotes e estabelecimentos comerciais. No total são 90.032 toneladas de material coletadas. Não estão contabilizados os resultados dos municípios de Itabuna e Eunápolis, cujas ações se estendem até os festejos de São Pedro.
Somente em Salvador, foram 48.238 toneladas de resíduos coletados: 23.694 kg de alumínio; 20.459 Kg de plástico/PET; 3.073 Kg de vidro 1.012 kg e papelão. O volume é quatro vezes maior do que o registrado em 2024 na capital.
Geração de renda
A Setre disponibilizou aos catadores e catadoras o fardamento, água e Equipamentos de Proteção Individual (botas e luvas). Todos eles contaram com o apoio das Vilas Juninas, geridas pelas cooperativas de reciclagem, onde comercializaram o material coletado a preços justos, evitando a ação de atravessadores e com pagamento no ato da entrega dos resíduos.
Os preços praticados por quilo de material foram de R$ 7 (alumínio) e R$ 1 (plástico e PET), com acréscimo de bônus de R$ 50 por cada 20 kg de plástico pesado. A multiplicação desses valores pela quantidade de resíduos coletados, já com o bônus, geraram renda de quase meio milhão distribuída aos catadores (as) conforme produção individual.
Todo o material coletado ou doado (vidro e papelão) será posteriormente vendido à indústria de reciclagem pelas cooperativas, o que amplia ainda mais renda gerada a partir do festejo.
Valorização
O secretário da Setre, Augusto Vasconcelos, avalia que a valorização de catadores e catadoras faz parte da política do trabalho decente no estado.
“A Bahia segue liderando a geração de empregos na região Nordeste e o São João impulsiona nossa economia, valoriza a cultura e fortalece o turismo. Nesses grandes eventos temos atuado de maneira firme em prol do trabalho decente de catadores de materiais recicláveis, ambulantes, fortalecimento do artesanato e da economia solidária”, disse.
Genivaldo Ribeiro, mais conhecido como Tico, diretor da Cooperguary, proponente da ação junto à Setre, disse que o resultado superou as expectativas. “Foi uma festa grandiosa e também trouxe sustentabilidade e renda às cooperativas e catadores. Superamos nossas expectativas no sentido da quantidade de material coletado e todo esse material deixou de ir para o aterro sanitário. Para as catadoras e catadores de material reciclável, é dignidade, dinheiro no bolso e sustentabilidade. E que no próximo ano a gente consiga ampliar o número de beneficiados”, disse Tico.
A ação São João da Bahia ocorreu em Salvador, Aiquara, Amargosa, Barreiras, Castro Alves, Cruz das Almas, Ibirataia, Inhambupe, Itaetê, Jequié, Porto Seguro, Santo Antônio de Jesus e Senhor do Bonfim. Os municípios de Itabuna e Eunápolis ainda realizam ações no São Pedro. As cooperativas parceiras são Cata Bahia; CRG Bahia; Cooperguary; AACRRI; AGO, COOCAI, Cooperativa dos Catadores Piemonte Norte do Itapicuru; Cooperje; ASCBahia; ACASMARC e Rede Recicla Bahia.
Fonte e foto Ascom Setre