A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, ANEFAC, em seu estudo mensal, concluiu que no mês de dezembro as taxas de juros das operações de crédito voltaram a ser reduzidas, sendo a sexta redução consecutiva. O crédito vai para o Banco Central com a redução da taxa básica de juros (SELIC), decisão tomada na ultima reunião do COPOM.
A ANEFAC apurou que, das seis linhas de crédito pesquisadas, cinco reduziram suas taxas de juros ( comércio, cheque especial, cdc-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras) e uma elevou sua taxa de juros (cartão de crédito). A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma redução de 0,03 ponto percentual no mês (0,75 ponto percentual no ano) correspondente a uma redução de 0,44% no mês (0,61% em doze meses) passando a mesma de 6,87% ao mês (121,96% ao ano) em novembro/2023 para 6,84% ao mês (121,21% ao ano) em dezembro/2023 sendo esta a menor taxa de juros desde julho/2022.
Em relação à Pessoa Jurídica, das três linhas de crédito pesquisadas, todas reduziram suas taxas de juros no mês. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma redução de 0,04 ponto percentual no mês (0,73 ponto percentual no ano) correspondente a uma redução de 1,02% no mês (1,25% em doze meses) passando a mesma de 3,92% ao mês (58,63% ao ano) em novembro/2023 para 3,88% ao mês (57,90% ao ano) em dezembro/2023, sendo esta a menor taxa de juros desde junho/2022.
Taxa de juros x Selic
Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, Diretor Executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac, considerando todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde janeiro/2021, o período (janeiro/2021 a dezembro/2023) teve elevação da Selic de 9,75 pontos percentuais (elevação de 487,50%) de 2,00% ao ano em janeiro/2021 para 11,75% ao ano em dezembro/2023.
Neste período a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 28,62 pontos percentuais (elevação de 30,91%) de 92,59% ao ano em janeiro/2021 para 121,21% ao ano em dezembro/2023. Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 16,70 pontos percentuais (elevação de 40,53%) de 41,20% ao ano em janeiro/2021 para 57,90% ao ano em dezembro/2023.
O diretor executivo acredita que, a perspectiva para os próximos meses tenha o cenário econômico com maior risco de crédito (endividamento elevado, inflação alta e seus efeitos na renda, desemprego elevado) e da elevação da inadimplência, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito possam ser elevadas nos próximos meses. E salienta que, o fato do Banco Central ter iniciado o ciclo de redução da taxa básica de juros (SELIC) e ao fato de ter sinalizado com novas reduções, deve contribuir para a redução dos juros nas operações de crédito.
Dicas para evitar dívidas
O Diretor Executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, dá dicas para estar atento e evitar o endividamento:
- Identifique todas as suas dívidas;
- Tendo recursos aplicados resgate para usar nestes pagamentos mesmo que sejam parciais;
- Se possuir bens se desfaça deles para fazer dinheiro e pagar estas dívidas;
- Reduza suas despesas mensais (comprometa sua família nesta cruzada);
- Analise sua capacidade de pagamento para propor acordo a seus credores (qual o
valor mensal que posso dispor?); - Estabeleça prioridades (quais despesas devo pagar ou renegociar primeiro (as mais
caras e as que geram penalidades como condomínio, luz, agua, telefone); - Se for possível peça um empréstimo mais barato para liquidar as dívidas mais caras;
- Não sendo possível renegocie com seus credores condições de pagamento que
possa cumprir; - É importante propor algo que consiga cumprir para não ficar novamente
inadimplente após algum tempo. Isto desacredita você; - O ideal é negociar antes de entrar nas listas de proteção ao crédito. Entretanto só
deve fazer isto caso a condição desta renegociação seja boa para você como prestações
baixas e reduções dos juros caso contrário não aceita a renegociação pois
inevitavelmente você não vai conseguir cumprir. - Mude seus hábitos de gastos para não voltar novamente a mesma situação (não
gastar mais de que ganha, não usar cheque especial e rotativo do cartão de crédito).
Foto: Marcello Casal Junior/Agência Brasil