O ministro do Turismo, Celso Sabino, participou de uma audiência a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), do Senado, sobre a situação com a empresa 123 milhas. Sabino apresentou as ações propostas para a pasta para os próximos dois anos e respondeu aos questionamentos dos parlamentares em mais de três horas de audiência.
Sabino revelou que no pré-pandemia (2019) o Brasil contabilizava R$ 716,5 bilhões em faturamento no setor e deve alcançar R$ 752,3 bilhões este ano. Essa movimentação representará 7,8% do produto interno bruto (PIB), com oferta de 7,9 milhões de empregos diretos e indiretos, o que deve resultar em crescimento de 8,6% da atividade turística.
Com relação à vinda de estrangeiros ao Brasil, a movimentação apresenta-se estagnada há anos, com média de 6,3 milhões de turistas anuais e injeção na casa de US$ 6 bilhões. Os números resultam numa balança negativa para o Brasil, que despacha muito mais turistas ao mundo do que recebe. Só a Torre Eiffel (Paris) recebe sete milhões de turistas por ano, segundo Sabino, dos quais 75% são estrangeiros.
Os senadores comentaram sobre a venda de passagens aéreas no Brasil — não só pelo alto valor geralmente cobrado dos passageiros, como a oferta ineficiente em alguns locais. Sabino disse que, em relação a preços, todas as companhias aéreas são subsidiadas e, ainda sim, muitas não conseguem segurar o faturamento. No Brasil, as empresas atuam no livre mercado, expôs Sabino, reconhecendo que o país tem a mais alta média de preços mundiais.
O ministro explicou que o preço médio da tarifa acompanha a curva de variação do combustível, responsável por 40% a 50% da composição do custo. Mas apesar da baixa no valor do petróleo, ainda não houve uma queda real na venda dos tickets aéreos, em parte resultado de um “delay”, segundo ele.
O Ministério do Turismo já havia se manifestado desde o dia 18 de agosto sobre a situação da agência de viagens 123 Milhas e a suspensão dos pacotes e a emissão de passagens de sua linha promocional, afetando viagens já contratadas de datas flexíveis, com embarques previstos de setembro a dezembro de 2023. Na nota dizia que o MTur havia acionado o Ministério da Justiça e Segurança Pública para que, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), para avaliação e a instauração de um procedimento investigativo que esclareça as razões de tais cancelamentos e até mesmo responsabilização da empresa em caso de má-fé.
Melhor Infraestrutura
O ministro disse que o setor receberá recursos por meio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), provenientes da iniciativa privada, bancos públicos e financiamentos governamentais. O ministro comentou sobre o Plano Nacional de Desenvolvimento do Turismo, que será apresentado em setembro, e falou sobre a descentralização do ministério por meio do projeto MTur Itinerante, com visitas aos locais de maior atrativo turístico nos estados. Nessas visitas são apresentados o Cadastur e o Fungetur (Fundo Geral de Turismo).
Com informações Agência Senado Foto Pedro França/Agência Senado