O site Café com Informação conversou com o administrador e professor da FIA Business School,
Marcos Piellusch, sobre os impactos do aumento do IOF na economia brasileira. O tributo impactou no aumento de alíquotas. Para Piellusch, o aumento do IOF aprofunda o custo de operações cotidianas como viagens, consumo internacional, crédito para PMEs e financiamento empresarial. “Embora vise gerar receita, estima-se impacto de até R$ 20 bilhões em 2025, ele acaba por pressionar famílias, empresas e pode aumentar a inadimplência. O efeito imediato é sentido no bolso ao fazer transações com câmbio ou crédito. A médio prazo, a economia pode reagir com menor consumo, investimentos reduzidos e demanda por crédito condicionado”.
Ele comenta que o crédito para empresas saiu de 1,88% ao ano para 3,38% ao ano, impactando empréstimos corporativos. Já empresas do Simples Nacional subiram para 1,95% ao ano no teto da alíquota.
“Compras de moeda estrangeira e empréstimos de curto prazo para pessoas físicas passaram para 3,5%, com manutenção da cobrança retroativa desde 11 de junho. Há também IOF de 5% sobre seguros VGBL que excederem faixas isentas. Para as pessoas, isso significa que operações de câmbio (como compras no exterior ou remessas) e aplicações estarão mais caras devido à elevação do imposto”, cita.
Ele observa que para viagens internacionais, as compras com cartão no exterior e levantamento de moeda em espécie ficam mais caras, com IOF fixo de 3,5% já que o valor antes praticado era de 3,38%. “Remessas e transferências de recursos para o exterior ou mesmo receber sofrerão impacto com alíquota maior, pesando no orçamento familiar. Para empréstimos para PMEs, as operações de crédito corporativo estarão mais onerosas, com impacto nos custos de capital e repasse ao preço final dos produtos”, frisa.
E-commerce sofre impacto
Professor Piellusch ressalta que, para
Empresas do setor de e-commerce que utilizam plataformas globais terão custo maior em serviços internacionais como hospedagem, soluções SaaS e marketing digital pagos ao exterior, o que pode levar ao repasse de custos ao consumidor, potencialmente elevando preços ou reduzindo margens.
Nas operações financeiras e cartão de crédito, ele esclarece que em compras internacionais, o IOF de 3,5% vai encarecer transações com cartões de crédito, débito e pré-pago, ao passo que nas compras nacionais, o parcelamento no Brasil pode ficar mais caro com o aumento do imposto.
” Nas operações de crédito, o aumento da alíquota para empresas pode refletir em spreads bancários maiores para pessoas físicas dependendo da transação. Outra questão é o possível aumento da inadimplência.
“O IBGE já detecta sinal de aperto nos custos de crédito dos pequenos empresários e famílias. Quando crédito e operações financeiras encarecem, aumenta a pressão nos fluxos de caixa, o que costuma elevar níveis de atrasos e calotes. Porém, ainda não há dados oficiais finalizados para confirmação estatística, mas analistas monitoram aumento gradual da inadimplência em setores vulneráveis”, pontua.
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