As vendas do varejo baiano registraram estabilidade (0,1%) no mês de setembro de 2023 frente ao mês imediatamente anterior. Com taxa positiva de 0,6%, o cenário nacional seguiu no mesmo sentido. Em relação a igual mês do ano anterior, as vendas na Bahia cresceram 5,8%, sendo o décimo primeiro mês consecutivo positivo e quinto melhor resultado do país. No Brasil, o incremento nos negócios foi de 3,3% na mesma base de comparação. No acumulado do ano, as variações também foram positivas em 4,9% e 1,8%, respectivamente no âmbito estadual e federal. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.
A estabilidade verificada nas vendas de setembro revela que o setor segue influenciado por fatores positivos, a despeito dos juros, nível de endividamento e inadimplência permanecerem elevados. No comparativo anual, a expansão de 5,8% nos negócios é resultado da queda da inflação verificada nos preços dos alimentos e de expectativas mais otimistas para os próximos meses. Os dados do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas refletem esse cenário quando pelo quinto mês consecutivo apresentou suave avanço nesse indicador (0,2 ponto), embora com ritmo desacelerado.
De acordo com os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), no mês de setembro de 2023, a Bahia gerou 9.854 postos de trabalho com carteira assinada. Com a resilência do mercado de trabalho, programas voltados para a quitação de dívidas e a pressão atenuada dos preços, há um estímulo para o aumento do consumo.
Por atividade, na comparação com setembro de 2022, quatro dos oito segmentos que compõem o indicador registraram comportamento positivo: Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (13,1%), Móveis e eletrodomésticos (11,2%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,0%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,9%). Os demais apresentaram comportamento negativo: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,8%), Tecidos, vestuário e calçados (-3,7%), Combustíveis e lubrificantes (7,6%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-39,3%). No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que as vendas de Eletrodomésticos, Móveis, e Hipermercados e supermercados cresceram 13,6%, 10,9% e 5,6%, respectivamente.
Os segmentos de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos e Móveis e eletrodomésticos voltam a exercer as maiores influências positivas para o setor. O comportamento do primeiro é atribuído à deflação verificada nos preços. De acordo com os dados do IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou, em setembro de 2023, para o grupo Alimentos e bebidas a taxa de -1,16% na RM Salvador.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos foi o segundo com maior influência para as vendas no setor. O seu comportamento se justifica pela elevação da procura por medicamentos que elevam a imunidade dos consumidores dado ao surgimento de casos de síndrome gripal, bem como ao comportamento dos preços dos produtos do grupo de Saúde e cuidados pessoais que registrou desaceleração de agosto (0,78%) para setembro (0,10%), conforme os dados do IPCA de setembro.
Móveis e eletrodomésticos mantém crescimento nas vendas pelo quarto mês consecutivo. Segmento bastante influenciado pela disponibilidade de crédito, teve suas vendas impulsionadas pela deflação verificada nos bens comercializados no ramo.
Por outro lado, a influência negativa para o setor veio do comportamento de Combustíveis e lubrificantes. O seu comportamento foi influenciado pela elevação dos preços dos combustíveis, principalmente o óleo diesel que teve um reajuste de 11,62% na RM Salvador.
O comércio varejista ampliado denominado de Atacado Selecionado e Outros e que inclui o varejo restrito mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças, Material de construção e Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou expansão de 4,3% nas vendas, em relação à igual mês do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi negativa (-1,5%).
Ascom/SEI