Após doze reduções consecutivas, as taxas de juros das operações de crédito voltaram a ser subir em julho. Esse cenário é fruto do Banco Central ter interrompido a redução da taxa básica de juros (SELIC) e ter sinalizado que ela deve permanecer estável nos proximos meses.
O Diretor Executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, apresentou uma analise da Selic para pessoa física e juridica.
Em relação às Pessoas Físicas, o diretor avaliou que das seis linhas de crédito pesquisadas, duas reduziram suas taxas de juros no mês (juros do comércio e cheque especial) e quatro elevaram suas taxas de juros do mês (cartão de crédito rotativo, cdc-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal financeiras).
A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,05 ponto percentual no mês (1,21 ponto percentual no ano) correspondente a uma elevação de 0,76% no mês (1,05% em doze meses) passando a mesma de 6,59% ao mês (115,08% ao ano) em junho/2024 para 6,64% ao mês (116,29% ao ano) em julho/2024 sendo esta a maior taxa de juros desde abril/2024.
No que diz respeito as pessoas jurídicas, das três linhas de crédito pesquisadas, uma reduziu sua taxa de juros no mês (capital de giro) e duas elevaram suas taxas de juros no mês (desonto de duplicatas e conta garantida).
“A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma elevação de 0,03 ponto percentual no mês (0,53 ponto percentual no ano) correspondente a uma elevação de 0,82% no mês (0,99% em doze meses) passando a mesma de 3,65% ao mês (53,76% ao ano) em junho/2024 para 3,68% ao mês (54,29% ao ano) em julho/2024, sendo esta a maior taxa de juros desde abril/2022”, pontua.
Taxa de juros x Selic
Oliveira sinaliza que, considerando todas as elevações e reduções da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde janeiro/2021, ocorreu no período (janeiro/2021 a julho/2024) uma elevação da Selic de 8,50 pontos percentuais (elevação de 425,00%) de 2,00% ao ano em janeiro/2021 para 10,50% ao ano em julho/2024.
“Neste período a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 23,70 pontos percentuais (elevação de 25,60%) de 92,59% ao ano em janeiro/2021 para 116,29% ao ano em julho/2024”, menciona.
Ele sinaliza que para as operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 13,09 pontos percentuais (elevação de 31,77%) de 41,20% ao ano em janeiro/2021 para 54,29% ao ano em julho/2024.
Contudo, para os próximos meses, Miguel de Oliveira considera que mesmo o Banco Central interrompendo as reduções da taxa básica de juros (Selic) e sinalizado que a mesma deverá se manter neste patamar nos proximos meses, o cenário é otimista. “Isto deve contribuir para que as taxas de juros fiquem estáveis nos proximos meses”.
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