Sindicalistas da area da educação invadiram na tarde desta quinta-feira, 22, à Câmara de Vereadores de Salvador em ato de protesto para impedir a votação do reajuste dos professores da rede municipal proposto pelo prefeito Bruno Reis.
Os manifestantes, que ainda estão alojados na Câmara, hostilizaram vereadores em resposta ao Projeto de Lei nº 174/2025, que trata do reajuste salarial dos professores da rede municipal e dos demais servidores públicos da administração municipal.
A proposta, enviada pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil), prevê os seguintes reajustes: 9,25% para Nível 1 / Referência A; 6,65% para Nível 1 / Referência B; 6,27% a partir de Nível 1 / Referência C; 6,27% para o quadro suplementar do Magistério Público e
4,83% para os demais cargos da estrutura administrativa.
Vale lembrar que todo o dia foi tenso. O protesto dos servidores municipais começou por volta do meio-dia e se estendeu até o início da sessão extraordinária que previa a votação do projeto que, segundo a oposição, não foi amplamente discutido com a categoria. A medida foi considerada o estopim para a invasão e a sessão precisou ser interrompida.
Até as equipes de imprensa estão encontrando dificuldades no acesso ao local, segundo relataram alguns veiculos em suas redes sociais.
A Sessão extraordinária estava sendo presidida pelo presidente da Casa, Carlos Muniz (PSDB), no Centro Cultural da Câmara. Há relatos que alguns vereadores foram agredidos fisicamente e verbalmente pelos manifestantes.
Polícia Militar é chamada
A Polícia Militar foi chamada e precisou formar um cordão de isolamento entre os manifestantes e os vereadores. Até gás de pimenta foi utilizado para conter os ânimos.
Diante da situação a oposição tenta, por meio da bancada, apresentar emendas ao projeto. Como disse a líder da oposição, a vereadora Aladilce Souza (PC doB), “Sabemos que eles têm maioria absoluta. Somos 10 entre 43 vereadores, mas vamos cumprir nossa obrigação de tentar melhorar o projeto”, disse defendendo a retomada do diálogo.
Greve considerada ilegal
A greve, que teve início no último dia 7 de maio, foi considerada ilegal por meio de decisão liminar, dada pelo juiz Adriano Augusto Gomes Borges, da Seção Cível de Direito Público do TJ-BA, determinando a suspensão imediata do movimento de greve.
Foi determinado ainda na liminar prazo de 24 horas para o retorno das atividades, e pena de multa diária de R$ 15 mil ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB). O magistrado argumentou em sua decisão que a paralisação prejudica crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e interrompe serviços como a alimentação escolar.
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