Durante a Convenção da entidade em Comandatuba (BA), com a coletiva realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), foi apresentado um dado positivo em relação ao setor de franquias. Isso porque a organização apontou que o franchising nacional registrou um faturamento de R$ 287,1 bilhões nos 12 meses encerrados em junho de 2025, o valor equivale a um crescimento de 14,4% em relação ao mesmo período anterior. Para Thiago Lupatini, fundador do Food Club, um dos principais fatores por trás do cenário positivo é o crescimento das microfranquias.
“Essa procura por microfranquias vem passando pelo crescimento exponencial já que é um modelo com um baixo investimento, ou seja, é uma opção estratégica para os empresários que buscam se inserir no setor. Por ser um modelo menos complexo e que pode ser realizado num espaço mais enxuto, como quiosques e unidades móveis, os custos são reduzidos, o controle de gastos e o treinamento minucioso de funcionários também são outros pontos atrativos”, explica o fundador do Food Club e membro do Mentory League Society, um ecossistema de educação empresarial.
Um outro reflexo apontado pelo levantamento da ABF é em relação à economia do país, isso porque o setor de franchising já corresponde cerca de 2,3% do PIB brasileiro, com mais de 200 mil unidades franqueadas e 1,7 milhão de empregos diretos, sendo 17% de primeiro emprego.
“Apesar do investimento ser mais reduzido, ainda é preciso ter um estudo sobre as microfranquias. Elas apresentam, de fato, uma facilidade maior, porém, ainda precisam de planejamento e gestão rigorosa. O que diferencia as redes que prosperam é o equilíbrio entre uma marca sólida, suporte efetivo da franqueadora e dedicação do franqueado em relação à operação”, Lupatini alerta.
O estudo feito pela Associação também revelou que 69% dos municípios brasileiros já contam com pelo menos uma franquia em operação, o que equivale o avanço de oito pontos percentuais em um ano. No total, já são mais de 3.820 cidades que contam com a presença de marcas franqueadas, se tornando um impulso para que o interior se torne o novo eixo de crescimento do franchising.
“A interiorização das franquias é uma realidade, porém, é essencial estudar o perfil de consumo da região. Não adianta buscar um ponto com aluguel baixo se o fluxo de clientes for insuficiente para sustentar o faturamento, é importante que o local e o público estejam alinhados à proposta da marca e ao ticket médio do negócio”, Thiago aconselha.
Já entre os municípios destacados pela ABF com maior variação de faturamento no primeiro semestre de 2025, Porto Alegre é o líder o ranking, um reflexo da retomada econômica após as enchentes no Rio Grande do Sul. Em seguida, aparecem Jundiaí (SP), Santos (SP), São Paulo, Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Londrina (PR) e Uberlândia (MG). Entre os segmentos que mais cresceram em faturamento, estão os de limpeza e de serviços automotivos.
“O crescimento das microfranquias autônomas, como lavanderias e mercadinhos automatizados, mostra que o formato pode ser escalável. No entanto, é importante ressaltar que multiplicar unidades sem gestão adequada é um erro. Cada ponto tem um mix e um comportamento de consumo próprios. Tratar várias lojas como renda extra é caminho certo para o fracasso”, o fundador do Food Club aconselha.
Embora que o modelo de microfranquia ofereça estrutura e processos já validados, o sucesso depende do trabalho diário do franqueado. “Vender, acompanhar o desempenho e cuidar do atendimento continuam sendo funções essenciais. É o franqueado quem garante o caixa saudável e o crescimento do negócio”, finaliza o mentor.
Foto Alterfines/Pixabay
