Selic em 15%: Economistas apontam impacto direto no Crédito e no PIB

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Os economistas avaliam a decisão do Banco Central em manter a taxa básica de juros em 15% e os efeitos no mercado. Para André Matos, CEO da MA7 Negócios, a opção do Banco Central por manter a Selic em 15% ao ano, confirma a leitura de que o atual patamar de juros já é suficientemente restritivo para garantir a convergência da inflação à meta. “O Comitê preferiu manter a estratégia de cautela, observando a desaceleração da inflação e o ritmo ainda moderado da atividade antes de qualquer mudança de curso. Essa postura reforça a credibilidade da política monetária e oferece previsibilidade ao mercado em um momento de incerteza global. A manutenção foi bem recebida pelos investidores, que já esperavam uma decisão mais conservadora. A bolsa reagiu de forma neutra, o câmbio se manteve estável e os juros futuros apresentaram leve alívio nos vértices intermediários. O cenário favorece a consolidação da desinflação, ajuda a ancorar expectativas e preserva o espaço para ajustes graduais mais adiante. Para o investidor, o ambiente continua equilibrado: a renda fixa segue oferecendo retornos elevados, enquanto a bolsa se beneficia de maior estabilidade e de uma perspectiva mais clara de transição para um ciclo de confiança econômica”, diz .

Fábio Murad, Economista e CEO da Super-ETF Educação, entende que o Banco Central ainda vê riscos relevantes para a convergência da inflação à meta. “Apesar da desaceleração da economia e da queda gradual dos núcleos de preços, o cenário fiscal incerto e a resiliência do mercado de trabalho mantêm o comitê em posição de cautela. Essa manutenção não altera significativamente nossa projeção de inflação, que deve encerrar o ano em torno de 4,5%, com PIB avançando próximo de 1,7%. O mercado tende a reagir de forma neutra, reforçando o foco na comunicação do Copom para identificar o momento de virada da política monetária. Para o investidor, o recado é claro: ainda é hora de manter a disciplina na renda fixa, aproveitando juros reais elevados, mas já começar a avaliar oportunidades graduais em renda variável, especialmente em setores sensíveis ao ciclo de juros”.

Para Sidney Lima, Analista da Ouro Preto Investimentos, a decisão do BC confirma de fato a expectativa amplamente precificada pelo mercado. “Em termos econômicos essa opção sinaliza que o Banco Central entende que o patamar atual de juros é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, e que não vê necessidade imediata de acelerar cortes ou subir mais os juros. Para a inflação e PIB até o fim do ano, isso sugere uma continuidade do quadro de juros elevados que desestimula pressões inflacionárias externas ou via crédito, o que tende a favorecer uma trajetória de inflação moderada. Mas ao mesmo tempo, juros nesse nível elevado limitam a recuperação do PIB ou a aceleração da atividade, algo já sinalizado pelo FOCUS, ou seja, crescimento modesto permanece mais provável. No mercado, a manutenção favorece a renda fixa, já que as taxas de juros elevadas continuam garantindo retornos interessantes, e para ações o efeito é misto: os custos de juros altos permanecem como obstáculo para setores muito alavancados ou dependentes de crédito barato, mas os setores mais defensivos ou com bom fluxo de caixa podem se beneficiar ”.

Antonio Patrus, Diretor da Bossa Invest, observa que o BC levou em conta que o PIB cresceu de forma moderada, com a inflação continuando em queda. “O mercado de venture capital opera com ajuste gradual, sem rupturas, mantendo liquidez suficiente para negócios com fundamentos consistentes. Fundos focam em empresas com receita recorrente, eficiência operacional e governança sólida. A decisão mantém a confiança dos investidores estrangeiros e reduz a volatilidade no fluxo de capitais. O país encerrou o ano com ambiente macroeconômico estável e com ecossistema de inovação mais maduro e focado em resultados reais”.

Na visão de Volnei Eyng, CEO da Multiplike, “Nesse momento, adiantar a redução da Selic, embora a inflação esteja se aproximando do teto da meta, levaria a uma redução da curva de juros curta, mas no médio e longo prazo essa curva de juros aumentaria. Ou seja, manter o remédio forte agora ajuda a reduzir o juro médio futuro no Brasil. Para a economia, isso significa um crescimento mais contido até o fim do ano, com impacto direto sobre o crédito e o consumo. O investidor deve manter uma postura conservadora, priorizando ativos pós-fixados e estratégias defensivas”, .

João Kepler, CEO da Equity Group, avalia que “O mercado reagiu com serenidade, premiando a consistência da decisão e reduzindo volatilidade. Para o investidor, o ambiente de juros altos continua favorável à renda fixa, mas a previsibilidade abre espaço para movimentos graduais em ativos de risco”.

Foto Freepik

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