A situação de invisibilidade da educação escolar nos presídios ganha espaço na nova edição da revista Bahia Análise & Dados (BA&D), lançada recentemente pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). A publicação traz 16 artigos sobre o tema Educação: direito fundamental, incluindo o trabalho de Joilma Cordeiro Costa, mestranda em Educação pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), e de Elisa Prestes Massena, doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Intitulado “O trabalho docente e as experiências dos professores de Ciências no contexto prisional”, o estudo explora, a partir da percepção de docentes do sistema prisional, questões como acesso à educação das pessoas privadas de liberdade, perfil, papel e formação do professor, condições de trabalho e a falta de políticas públicas específicas.
O trabalho destaca os baixos índices de oferta de educação em prisões e a resistência de parte da sociedade, que considera ações educativas para pessoas presas como premiação ao comportamento criminoso. Também destaca que a educação é frequentemente relegada a segundo plano, sendo o trabalho priorizado como principal caminho para a ressocialização.
Para aprofundar o tema, as autoras entrevistaram, em 2021, professores que lecionam em um conjunto penal situado no interior da Bahia, no município de Itabuna, instituição estadual que atua em cogestão com a iniciativa privada. O objetivo foi discutir a temática a partir das vivências desses profissionais.
O estudo evidencia a relevância do papel dos educadores no ambiente prisional, ressaltando que eles contribuem diretamente para a transformação de vida dos detentos e para sua ressocialização. Apesar das adversidades, como a precariedade das condições de trabalho e a desvalorização do profissional, a pesquisa conclui que o ensino exerce um impacto profundo nesse contexto.
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