Restaurantes apostam em especialização no delivery para agilizar e conquistar clientes

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Pedir comida em casa já virou hábito para boa parte dos brasileiros. Mas, em meio a tantas opções nos aplicativos de delivery, é comum se deparar com restaurantes que oferecem cardápios imensos — e, às vezes, pouco coerentes entre si. Pensando em entregar melhor, com mais agilidade e qualidade, muitos empreendedores passaram a apostar em um modelo de negócios que prioriza a especialização no delivery.
Segundo levantamento da Abrasel, 76% dos consumidores utilizam o delivery com frequência, e mais de dois terços dos bares e restaurantes brasileiros já operam nesse formato. É cada vez mais comum encontrar restaurantes que trabalham apenas com espetinhos, açaí, donuts, hambúrgueres ou até mesmo pastel.

O motivo não é só uma questão de identidade, mas também de eficiência. Focar em um só tipo de produto — ou em uma linha de produtos com insumos parecidos — permite controlar melhor a produção, reduzir erros e acelerar a entrega no delivery, beneficiando diretamente quem está em casa esperando o pedido.

Essa tendência, também chamada de segmentação no delivery, responde a uma mudança no comportamento do consumidor. Com tantas opções disponíveis, a expectativa é de que a comida chegue rápido, quentinha e bem embalada. E, quando o restaurante opera com uma linha mais enxuta e especializada, esses objetivos se tornam mais fáceis de alcançar dentro do ecossistema do delivery.

Menos itens no cardápio, mais eficiência na cozinha e na entrega

Um dos principais benefícios do delivery segmentado é justamente a simplificação da operação. Com menos pratos e ingredientes, a equipe trabalha com mais previsibilidade e menos desperdício. A cozinha se organiza melhor e os processos se tornam mais ágeis, o que contribui para a qualidade final da entrega — especialmente importante no serviço de delivery, onde o tempo conta muito.
É o que explica Cícero Neto, fundador do Neto Lanches, em Natal (RN), uma rede que foca exclusivamente em sanduíches, batatas fritas e milkshakes. “Minha cozinha é estruturada só para esses produtos. Se eu colocasse outro tipo, como pastel ou açaí, teria que mudar equipamentos, reorganizar tudo. Isso atrapalha”, afirma.

Segundo ele, manter o foco permite organizar a linha de produção com mais clareza: “A linha de cocção é só para os sanduíches, a fritadeira é só para a batatinha. Não tem interferência de outros preparos”, diz — algo essencial para manter a agilidade no delivery.
Essa clareza operacional se reflete também no planejamento do negócio. O Neto Lanches, que já soma seis operações e está a caminho da sétima, utiliza um centro de distribuição próprio, aliado a um sistema de gestão com controle por QR Code e etiquetas inteligentes. Isso garante o abastecimento correto de cada loja e evita desperdícios. “Se não fosse o sistema, ficava difícil”, resume Neto — destacando que, com o crescimento do delivery, eficiência se tornou prioridade.

Foto Divulgação

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