PIX, o cheque e o Brasil de ontem e de hoje

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Alessandra Nascimento
Editora-chefe

Quando era criança, me lembro do meu pai escrevendo seus cheques para fazer pagamentos. Coisas rotineiras como compras de mercado, farmácia, loja de roupas. Tudo era pago no cheque ou no dinheiro. Meu pai sempre tinha uma caneta Bic azul no bolso para assinar os cheques. Uma vez, a tal caneta, com o calor, estourou… E não tínhamos máquina de lavar em casa. Além da lembrança dos cheques tenho na mente o rolo de notas de cruzeiro que meu pai levava no bolso (é isso mesmo garotada! Antes do real existiu o cruzeiro e não tô falando de time de futebol, mas da moeda).

Enquanto escrevo este artigo para o Café com Informação, vejo que  minhas memórias guardam intactas a cor do cheque, que variava de banco para banco. Da quantidade de folhas que vinham nos talões. Sem falar na neurose que se instalava em casa quando as folhas estavam acabando. Era correr pro banco, enfrentar filas horrendas, solicitar novos talões e aguardar. Essa espera deixava meu pai de cabelo em pé. Mas não era só isso. Haviam as fraudes. Eram os calotes, quando se emitia um cheque sem ter o dinheiro na conta. Assim eram os 80.

Hoje, do meu celular, acesso contas bancárias, faço pagamentos, verifico extratos e saldos, aplicações, dentre outros. A fraude agora é cibernética. Cuidado com links, e-mail e outras coisas. Se der mole tá frito e reclamar é complicado. Você tá falando com uma máquina.
Diferente do meu pai e suas notas de cruzeiro, se levo 20 paus no bolso quando saiu é muito. Tudo que preciso está no celular. E a tecnologia segue. Hoje o Banco Central divulgou uma notícia importante: o PIX, talvez o maior meio de pagamento do Brasil, tem 675 milhões de chaves registradas com 143 milhões de pessoas físicas e 13,1 milhões de empresas que usam desse serviço. E as transações – alcançaram R$ 3,9 bi em setembro deste ano contra R$ 2,3 bi do mesmo período do ano passado – e mais 71,5 milhões de novos usuários.

Como diz meu pai: “Aonde vamos parar!”

 

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