A ABBC – Associação Brasileira de Bancos avalia que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a taxa Selic em 15% ao ano na reunião que acontece entre hoje (9) e amanhã (10). Segundo a Assessoria Econômica da entidade, o período prolongado de juros altos já tem provocado perda de ritmo na atividade econômica, e seus efeitos ainda devem aparecer no mercado de trabalho ao longo do próximo ano.
Para Everton Gonçalves, diretor de Economia, Regulação e Produtos da ABBC, o Banco Central deve começar a reduzir os juros de forma gradual no início de 2026. “A queda da Selic ajudará a diminuir a pressão sobre a inflação de serviços, que ainda está elevada”, afirma. “Se o cenário continuar avançando de forma positiva — com queda da inflação corrente, expectativas mais controladas e atividade moderando — o ciclo de cortes pode começar em breve: com reduções de 0,25 ponto percentual em janeiro e março”.
Com a expectativa elevada do mercado antes do fim do ano, a reunião que começa nesta terça-feira (09) ganha ainda mais relevância. Segundo Gonçalves, o comunicado do Copom deveria indicar com clareza se há espaço para uma mudança na política de juros no início do ano.
“Além disso, o Copom deve apresentar sua visão sobre o ritmo da economia e sobre os efeitos da política de juros altos. Como sempre, a comunicação deve reforçar que o Banco Central seguirá reagindo conforme a evolução dos dados de inflação e atividade”, avalia Gonçalves.
A ABBC entende que um início cuidadoso do ciclo de cortes pode ajudar a reduzir a volatilidade nos mercados, a preservar a credibilidade da política monetária e a dar algum alívio à trajetória da dívida e, consequentemente, aos prêmios de risco no mercado financeiro.
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