Pagar aluguel com investimentos pode ajudar no orçamento doméstico

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Contas de água, luz, internet, telefone e moradia são despesas essenciais para qualquer pessoa ou família, responsáveis por uma fatia considerável do orçamento.

Segundo especialistas da área financeira, só o aluguel costuma corresponder entre 30% e 40% da renda familiar. Por isso, a necessidade de pensar alternativas para garantir o equilíbrio das finanças.

Uma alternativa é recorrer aos investimentos que paguem dividendos, como é o caso de ações e fundos imobiliários (FIIs) específicos. Os valores recebidos podem ser usados para reduzir as despesas mensais.

De acordo com informações da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os investimentos que garantem dividendos são muito procurados por pessoas que buscam a independência financeira ou querem cobrir despesas fixas, como no caso do aluguel. Para ser possível traçar metas e planejar as aplicações de modo mais assertivo, a entidade alerta que é imprescindível conhecer como eles funcionam na prática e quando é possível recebê-los.

Os dividendos constituem a partilha de lucros que as companhias de capital aberto listadas na bolsa de valores fazem entre os acionistas. Conforme estabelecido pela Lei n.º 6.404 de 1976, conhecida como lei das S.A., essas empresas têm a obrigação de dividir os seus lucros.

Os critérios precisam constar no estatuto social da empresa, que deve ser assinado pelos sócios fundadores. Também podem ser mencionados em outras divulgações da empresa, como no formulário de referência. O importante é que todos os investidores tenham acesso às informações.

Cotas de fundos imobiliários

A aquisição de cotas de fundos imobiliários (FIIs) é uma das opções para receber dividendos que podem ser usados para pagar o aluguel. Mas antes de começar a investir, é necessário compreender como funciona esse tipo de aplicação.

Ao comprar as cotas, os investidores recebem parte dos rendimentos produzidos pelos FIIs. Geralmente, os dividendos são distribuídos a cada mês ou trimestre. A Anbima explica que, como qualquer investimento, esse tipo de fundo também implica riscos, como inadimplência e vacância, mas, em geral, é considerado mais seguro do que outros produtos financeiros.

Na avaliação da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), os FIIs são considerados uma porta de entrada para quem deseja ingressar na renda variável. Isso porque são considerados menos arriscados em comparação com outras opções da mesma modalidade. Mas, apesar disso, para minimizar os riscos de perda financeira, recomenda diversificar os investimentos.

Para pagar a própria moradia com os dividendos dos FIIs, é importante montar uma carteira de investimentos com cautela, para garantir que a melhor estratégia seja adotada, atendendo a este objetivo específico.

Como o aluguel é uma despesa fixa, é aconselhável que a carteira de fundos conte com previsibilidade de renda. Neste sentido, é válido dar preferência para FIIs que não tenham muita variação mensal. Segundo os especialistas da área financeira, os fundos de tijolo desempenham bem esse papel, já que detêm muitos imóveis. Assim, no caso de vacância, não haverá muito impacto na receita total do fundo.

Os FIIs de tijolo investem em imóveis físicos, como shoppings, galpões de logística e lajes corporativas. Os fundos de papel são aqueles atrelados aos recebíveis imobiliários, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Letra de Crédito Imobiliário (LCIs) e contam com proventos que oscilam mais e, por isso, podem ser uma opção mais arriscada para quem tem o objetivo de pagar o aluguel.

Pagando o aluguel com dividendos de ações

Segundo a Bolsa de Valores (B3), algumas companhias listadas distribuem parte dos seus lucros periodicamente entre seus acionistas. Os valores são proporcionais à quantidade de papéis que o investidor possui. Assim, para pagar o aluguel apenas com os dividendos de investimentos em ações, é importante avaliar a saúde financeira e o histórico de distribuição de dividendos das empresas que as oferecem.

Isso porque nem todas as companhias que distribuem lucros o fazem com frequência. Algumas distribuem os valores mensalmente, outras a cada três ou seis meses. Não existe a obrigatoriedade de distribuir dividendos de forma regular, assim, podendo haver, até mesmo, uma suspensão por tempo indeterminado.

Foto: StartupStockPhotos/Pixabay

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