Os 80 anos de Eduardo Rappel

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Adary Oliveira – engenheiro químico e professor (Dr.) Ex-presidente da Associação Comercial da Bahia


Eduardo Rappel nasceu em 28 de outubro de 1943 e veio morar em Salvador quando seu pai foi transferido da Cimento Mauá, localizada em Guaxindiba, Rio de Janeiro, para a Cimento Aratu, Simões Filho, empresa também controlada pela norte-americana Lone Star Cement Corporation, com sede no Texas, USA. Ainda adolescente foi morar no Bairro da Barra e era frequentador do Yacht Club da Bahia, onde era recordista de natação.

Graduou-se em engenharia química na Ufba, onde fomos colegas da mesma turma de 1966. Seus 80 anos foram comemorados durante oito dias com programa digno de um bom baiano: a) bordejo de saveiro para Itaparica; b) festival de moquecas em Itaparica; c) pôr do sol no Barravento; d) badalação no Terreiro de Jesus com cravinho e outras; e) seresta à moda antiga; f) chopinho no Habeas Copos; g) grande baile na Cabana da Barra; h) e caminhada até a Igreja do Bonfim.


Não pude comparecer a todos, mas não faltei à comemoração realizada na lendária Cabana da Barra, ao som de blues, boleros, samba, samba bossa nova e outras do nosso tampo, dançando e ouvindo orquestra afinadíssima e em companhia de muitos amigos e colegas. Estiveram presentes no baile da Cabana da Barra sua Nana, com quem é casado há mais de 56 anos, seus filhos, netos e genros, muitos vindos da Alemanha e Suíça onde residem, além de amigos, ex-colegas e companheiros de farra.

Não posso deixar de relatar que lá estive com minha companheira Bernadeth e encontrei os amigos Lucila e, acompanhados das esposas Renato Falcão, Rui Campos Leal, Hideo Hama, Irundi Edelweiss, Amílcar Baiardi e tantos outros.
Quando Edu completou 40 anos ele comemorou com quatro dias de festa. Os 50 anos foram celebrados em cinco dias, e assim por diante.

Eu espero encontrá-lo nos festejos dos 90 anos. Ele fez jus à sua fama de maior festeiro de sua geração. Quado esteve residindo no Rio de Janeiro criou a Maratona do Chope, muito prestigiada pelos cariocas. O grupo saia do Leme e ia até o Posto 6 de Copacabana, tomando chopinho de boteco em boteco. Quem cumprisse o percurso ganhava uma medalha. Os amigos do Rio até hoje reclamam de seu retorno para a Bahia. Em Salvador fundou o Bloco Ensaia, Ameaça, Mas Não Sai, fixo em um barzinho e ao som de marchinhas tocadas por uma banda regional. Eu fui a todos os ensaios. A cada ano compositores baianos eram homenageados, como Antonio Carlos e Jocafi, Nelson Rufino, que me lembrei agora.


O talento de Rappel não esbarra nas festas que inventava, mas também em atividades profissionais. Exerceu papel fundamental na criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool) quando chefiava a assessoria de Bautista Vidal na Secretaria de Ciência e Tecnologia, em Brasília. Foi destacado funcionário da Financiamento de Estudos e Projetos (Finep), no Rio de Janeiro. Na Bahia ajudou a criar o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Ceped), que seria instalado onde hoje funciona o Centro Administrativo da Bahia e foi deslocado para Camaçari, junto com Irundi Edelweiss e Adeodato Neto. Ocupou a Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Salvador na gestão de Lídice da Mata.

No Rio de Janeiro foi o primeiro presidente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), associação que reúne representantes da indústria nacional de petróleo, mantida pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).


Em Salvador criou o Comitê de Petróleo e Gás na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e hoje coordena entidade com a mesma denominação, da qual também faço parte, no Instituto Politécnico da Bahia (IPB). Aí reúne as empresas do setor de petróleo e gás natural da Bahia, onde recentemente surgiu a ideia do seminário Bahia Oil e Gas Energy, evento realizado a cada dois anos, uma promoção do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Brasileiras (Sebrae), com a participação de grande número das empresas brasileiras do setor.


O registro que faço dos 80 anos de Eduardo Rappel tem por objetivo mostrar que em nossa terra temos talentos e pessoas inteligentes que conseguem viver espalhando a alegria e desenvolvendo trabalho profissional competente, sempre preocupado com o desenvolvimento do nosso País. Acredito que esse seja o elo mais importante de nossas vidas e que nos fez amigos por muitos anos. Espero viver mais tempo para acompanhá-lo em seus momentos de alegria e nas realizações profissionais. Não cito aqui toda a relação dos amigos que encontrei na Cabana da Barra, palco de muitas comemorações da nossa juventude, por formar lista muita extensa. Mas fica o registro da comemoração mais festiva que vi acontecer em nossa terra.


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