O Plano Estratégico Ferroviário da Bahia

Adary Oliveira – Engenheiro químico e ex-presidente da Associação Comercial da Bahia

O Governo do Estado está elaborando o Plano Estratégico Ferroviário da Bahia com o objetivo principal de promover a integração, modernização e expansão da infraestrutura ferroviária, impulsionando o crescimento econômico, a mobilidade sustentável e a logística eficiente.

Pelo que se tem notícia é um projeto de larga abrangência que visa o desenvolvimento e aprimoramento do sistema ferroviário no estado da Bahia, e está sendo elaborado a partir da demanda por transporte de carga projetada para os próximos 30 anos e analisada por uma matriz origem-destino. A iniciativa é alvissareira, tendo em vista que os projetos ferroviários executados na Bahia eram de autoria do Governo Federal, através da antiga Viação Férrea Federal Leste Brasileiro (VFFLB) entidade criada em 1935 durante o governo do presidente Getúlio Vargas.


A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI) promoveu na última sexta-feira (15/09) no auditório da Seplan reunião muito concorrida para apresentação do plano, debatendo o assunto e colhendo contribuições para seu aperfeiçoamento, o que merece os aplausos de todos, um exemplo a ser seguido

Entre as suas principais diretrizes destacam-se: a) expansão da malha ferroviária com a ampliação da rede ferroviária existente, conectando diferentes regiões do estado e promovendo a interligação com outros modais de transporte, como portos e aeroportos; b) modernização da infraestrutura, contemplando investimentos significativos na modernização e melhoria da infraestrutura ferroviária, incluindo a renovação de vias, aquisição de novos equipamentos e tecnologias de ponta; c) incentivo ao transporte de cargas, buscando estimular o transporte de cargas por ferrovias, visando reduzir a dependência do transporte rodoviário; d) desenvolvimento do transporte de passageiros, apreciando, além do transporte de cargas, a expansão e aprimoramento do transporte de passageiros por meio de trens de passageiros modernos e confortáveis; e e) parcerias público-privadas, prevendo a busca por parcerias público-privadas para viabilizar os investimentos necessários na infraestrutura ferroviária, o que visa atrair investimentos privados, promover a eficiência operacional e garantir a sustentabilidade financeira do sistema ferroviário.

Em resumo, o Plano Estratégico Ferroviário da Bahia busca transformar o sistema ferroviário do estado, promovendo o desenvolvimento socioeconômico, a sustentabilidade ambiental e a melhoria da qualidade de vida da população. Tudo isso através da expansão, modernização e integração da infraestrutura ferroviária, com a esperança de se impulsionar a competitividade da Bahia e fortalecer sua posição como um importante polo logístico no contexto nacional e internacional.


Pretende-se avançar para uma nova etapa dos estudos com apreciação da viabilidade econômica e financeira, detalhamento das soluções, principalmente das junções logísticas das principais cidades do interior e possibilidades de investimentos em centros logísticos. Não ficarão de fora os estudos relacionados com a logística integrada englobando ferrovia, rodovia e portos. Enfim, o plano deverá reunir elementos importantes para o desenvolvimento do estado, tudo de bom reclamado pelas forças econômicas e trabalhadores que movem o estado.


Existem gargalos logísticos enormes que se constituem em verdadeiras barreiras para o desenvolvimento da Bahia, sendo um dos principais o da capacidade de seus portos. O escoamento da produção de celulose e granitos pelos portos do Espírito Santo, de frutas pelo de Fortaleza, de algodão e soja pelos de São Paulo e Paraná, são alguns dos exemplos que atestam tal afirmativa.

As limitações de tancagem e de cais de atracação do Terminal de Granéis Líquidos do Porto de Aratu-Candeias, que dificulta a movimentação de cargas por esse porto e onera as empresas com a cobrança de demurage por parte dos armadores, são exemplos das deficiências logísticas que precisam ser corrigidas urgentemente.
Como cada modal de transporte se constitui em um elo da corrente do sistema de transporte, e de que “não existe corrente mais forte do que seu elo mais fraco”, como afirma o dito popular, tudo só vai funcionar adequadamente quando se fizer o ajustamento de todos os elementos que compõem a logística do estado.

 

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