João de Deus de Souza – Padre, Filósofo, Psicólogo, Psicanalista, Escritor
Segundo a Microsoft, com seus estudos tecnológicos sempre avançados, a IA pode acertar até quatro vezes mais os diagnósticos de doenças complexas do que médicos especialistas com anos de prática. A IA acertou de maneira impressionante, na última semana, 85% dos diagnósticos de várias doenças graves e raras enquanto os especialistas médicos atingiram o nível de acertos em minguados 20%.
Os dados são atuais: colhidos pela renomada Revistasl New England Journal of Medicine que publica semanalmente os resultados do importantíssimo hospital geral de Massachusetts nos EUA.
Não só o resultado se destaca na nossa pós-modernidade, mas a estratégia dos pesquisadores que evidenciam as novas interações com a tecnologia da IA.
A nova descoberta é cognominada de MAI X O (Microsoft AI Diagnostic Orchestrator) e não é um modelo único mas configura-se como um sistema arquitetado visando emular uma junta médica diante de um caso clínico complexo e que exige uma solução rápida.
A IA age com seus expertises e atribuições distintas que trazem à lume perspectivas diversas sobre a mesma questão. Finalmente, o orquestrador sistematiza o raciocínio conjunto chegando ao diagnóstico conclusivo.
Quanto aos custos, a pesquisa atestou que o investimento econômico é relativamente baixo levando em conta gastos exorbitantes das poderosas nações em outras áreas e também na medicina e ciências que darão resultados a longo prazo sem falar na dinheirama aplicada no poderio bélico com as bombas e mísseis que podem destruir o mundo em pouco tempo.
Apesar de dar este passo inicial, o que se almeja são mais testes e aprovações regulatórias estritas o que evidencia, mais uma vez, as novidades da IA em um futuro próximo.
Há as implicações éticas. O profissionalismo da medicina irá além de um diagnóstico por preciso que seja. A missão da IA parte dessa decisão, mas envereda-se por seus esquemas que os médicos não atingem. Exige-se destes, cada vez mais, estudos e especializações além dos princípios elencados por Hipócrates e que são atuais visando, principalmente, a pessoa doente, a sociedade adoecida de muitas formas e não só a doença, e desta forma, despertar a confiança dos doentes o que a IA ainda engatinha.
É importante ressaltar que a IA tem o poder de processar um número impressionante de dados e fazer correlações velozes muito além da inteligência humana, mas, quase sempre, a partir do que o ser humano descobriu e sistematizou por meio de sua linguagem. É evidente que as partículas da sabedoria são válidas em qualquer época, portanto, a experiência dos grandes médicos vale muito embora nem sempre podem verbalizar com a precisão tecnológica e a rapidez fenomenal da IA.
Essa sabedoria deve ser enaltecida no diálogo com a máquina que, embora não tenha a experiência humana, é capaz de processar dados inimagináveis em poucos minutos o que o humano por mais saberes que possuam, pode levar toda uma vida.
Avante no diálogo entre os agentes da IA e os especialistas da medicina humana. O caminho torna-se mais curto do que pensávamos há alguns anos.
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