Alessandra Nascimento
Editora-chefe
Quando era pequena, claro nos idos dos 80 (como diria minha filha “do século passado”), costumávamos nos sábados ir nas lojas fazer compras. Uma delas era as Americanas. Produtos de beleza e higiene pessoal eram os prediletos de minha mãe que também amava os produtos da marca de beleza Helena Rubinstein (senão souber vai no Google porque a titia não vai explicar!). Enfim, voltando aos 80. Nas lojas Americanas comprávamos o shampoo Johnson que só tinha um tipo. A variedade não era do meu tempo de criança. Nas Americanas comprávamos roupas, discos, etc. Eu não me furtava de ligar minha mini vitrola para ouvir os “Menudos” e não me reprimir….
Mas ir às Americanas também era para comprar presentes pros aniversários em que éramos convidad@s. Quantas vezes fomos nas lojas e naquela época tudo era tão mais fácil. Esqueci de dizer dos jogos do Atari que lá eu comprava. Mario Brothers, Pac-Man, River Raid e paro por aqui, que a memória e o bom senso já estão me alertando que se continuar capaz de chorar e minha filha achar que eu nasci no século retrasado.
Ai, Americanas! Como era bom entrar em suas lojas, sentir o frio daquele ar condicionado durante os dias de calor (até me recusava a sair fazendo malcriação) As Americanas de minha infância e adolescência estão em minha memória. O balanço hoje apresentado pela consultoria me deixa abatida. É como se um pedaço de minha infância deixasse de existir. Um quase luto. Há exatos nove meses atrás, e você que acompanha meu site, deve se lembrar (senão acompanha tudo bem, prazer seja bem-vindo) pude entrevistar no podcast do Youtube o especialista contábil, Fábio Garcez, da NWGroup que comentou sobre o caso quando ainda era no início da crise. Se quiser assistir o podcast o link tá no final deste artigo. A época especulava-se a um patrimônio liquido negativo de R$ 5 bilhões. Hoje vemos que as coisas infelizmente são outras.
Já naquela época Garcez chamava atenção para as pedaladas e possíveis medidas e aprendizados que seriam deixados no mercado financeiro, em especial a CVM. Até aquele momento, a dimensão do caso era especulativo. No começo a ideia do rombo no primeiro balanço mostrado era de R$ 20 bi. Hoje, 16 de novembro, além de se apurar um prejuízo de R$ 12,9 bilhões, a dívida líquida alcança R$ 26,3 bilhões em 2022.
Segundo a própria empresa, as áreas de marketing, tecnologia e estrutura logística estão sendo priorizadas na reestruturação da rede, inclusive plataformas digitais a renegociações contratuais com reestruturações organizacionais, com foco na redução das despesas.
Mas e os 16 mil credores? Esses vão precisar de muito suco de maracujá para aguardar o resultado dessa reestruturação em que está prevista na sua recuperação judicial. A esta altura é preciso muitas garrafadas de maracujá porque o fator de risco é grande, ou melhor enorme.
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